sexta-feira, 3 de maio de 2019

O Escândalo do Sumário Desfigurado


         
         Se  há atitude que esteja inquinada do menosprezo  (contempt of) da autoridade, é a ação insolente do Procurador-Geral William Barr, desfigurando com audàcia mais própria de pessoas que vivem às margens da Lei magna, o relatório do Conselheiro Especial sobre a respectiva investigação tão clarinada e, na prática agora, reduzida a deformada querela.que mais parece bazófia da pesada soma dispendida pela Nação para que a Justiça possa determinar se eventualmente é tipificável  e caracterizável  a postura acintosa e afrontosa da Lei assumida pelo 45º Presidente dentro de um comportamento que exige seja acionado o processo de impeachment desse alto mandatário da Repú-blica.
            Entende-se, portanto, a reação das autoridades democratas, com à frente Madam Speaker Nancy Pelosi e o chairman do Comitê Judiciário da Casa de Representantes, Jerrold Nadler, a primeira acusando o Procurador-Geral William Barr de mentir para o Congresso, e o segundo, preferindo ater-se à busca de trechos do relatório que estejam em consonância com as provas levantadas pelo parecer do relatório Mueller,e que as autoridades do GOP vêm tentando dolosamente afastar do público conhecimento.

             É decerto muito estranhável que a Nação estadunidense dispenda milhões de dólares para que o Conselheiro  Mueller  verifique se o Presidente Donald Trump terá cometido faltas que lhe justi-fiquem o Impeachment, e que, ao cabo dessa mui onerosa e dispendiosa mas relevante tarefa, se empenhe em levantar obstáculos de toda sorte para  evitar que o dito relatório possa vir a ser do pleno conhecimento público.

                Como admitir restrições à verdade, ou tentar disfarçá-la debaixo de pesados véus, como se a Senhora hipocrisia desavergonhadamente assumisse a direção de o que se torna uma ignava, desprezível farsa  A verdade não admite restrições. Nesse sentido, e para que se possam tipificar as eventuais infrações, não será por um intento deslavado de censura das conclusões a que chegou o trabalho que se atenderá ao disposto pela Constituição, quando uma dita análise das avaliações do Conselheiro Robert Mueller III venha a ser levada ao conhecimento da Nação americana. Tudo o mais corresponderia à censura ou servir aos propósitos dos sequazes do Presidente em funções.

( Fonte: The New York Times )

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