Depois da inauguração da estação General Osório, em Ipanema, feita com a fanfarra das grandes ocasiões – com direito à presença do Presidente Lula – e a simultânea ‘inauguração’ da linha 1A , com ligação da Pavuna a Botafogo, cercou o metrô carioca atmosfera de otimismo.
Afinal, a gente da baixada teria um acesso mais pronto ao centro e à zona sul. No entanto, bem cedo se verificou que a realidade era bem diferente.
O metrô, ao invés de ficar mais confortável e rápido, tornou-se verdadeiro transporte de terceiro mundo, com ar condicionado deficiente, transporte lento, carros superlotados e geral e completo desconforto.
O atropelo no embarque, os longos intervalos entre as composições, o excessivo calor dentro dos vagões atopetados de gente, só poderiam provocar cenas lamentáveis de mal-estar e desmaios, nos carros lotados.
Não se fale de respeito pelo idoso, por pessoas com deficiências, pelas mulheres grávidas que num verdadeiro vale-tudo uma turba de impetuosos jovens cuidava de ocupar os lugares, em acintoso desrespeito a qualquer regra seja de mínima educação ou sequer de atenção às disposições dos assentos.
A concessionária, a par de não haver providenciado vagões condizentes para o serviço, tampouco se dá ao trabalho de assegurar a existência de condições de respeito ao usuário, através de um corpo de fiscais dignos desse nome. O que temos atualmente é a enorme deterioração do atendimento à população, que é decorrente da falta do poder estatal (Governo do Estado) de assegurar condições mínimas nas linhas e nos equipamentos, para que o transporte de massa não seja assemelhado a vagões de carga animal.
Com efeito, o Governador Sergio Cabral, com estranha liberalidade estendeu a concessão à Metrô Rio para mais vinte anos. Sem embargo, a concessionária não construiu a nova Estação da Cruz Vermelha, nem realizou a conexão entre as linhas um e dois na Estação da Carioca, preferindo fazê-lo na da Central do Brasil.
A par do trabalho do Deputado Alessandro Molon, o Ministério Público entrou na questão. Em função da citada superlotação, a mais de problemas de sinalização e riscos de acidente, o promotor Carlos Andresano Moreira, da 3ª Promotoria de Justiça e Defesa do Consumidor, apresentou ação civil pública, com pedido de liminar, para que o antigo sistema seja restabelecido até que haja condições adequadas de operação.
Para o Ministério Público, a conexão direta entre Pavuna e Botafogo só poderá funcionar com a conclusão das obras da estação Cidade Nova, a implementação de sistema automático de sinalização, a chegada dos 114 trens encomendados pela concessionária Metrô Rio – com entrega prevista para 2011 – e o restabelecimento do intervalo de quatro minutos entre os trens.
( Fonte: O Globo)
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
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