domingo, 28 de fevereiro de 2010

Colcha de Retalhos XXXIX

Reforma da Saúde. Perspectivas

Realizou-se na quinta-feira, 25 de fevereiro, a reunião convocada pelo Presidente Obama, de que participaram o Vice-Presidente Joe Biden, a Speaker Nancy Pelosi, o líder da maioria democrata no Senado,Harry Reid (Nevada), o líder da minoria republicana, Senador Mitch McConnell (Kentucky), o Senador John McCain (R/Ariz.), o Representante John Boehner, líder da minoria republicana na Câmara, assim como Senadores e Deputados democratas e republicanos, com maior presença no debate sobre a Reforma do Plano Geral de Saúde.
Esse encontro se pautou por diálogo em termos cordiais entre as duas bancadas. Em alguns pontos houve convergência de opiniões, mas como exercício de bipartidarismo a reunião de Blair House se manteve conforme o esperado, sem desenvolvimentos imprevistos.
Desejada pelo Presidente como eventual instrumento de construção de acordo bipartidário, o debate decerto não produziu resultados espetaculares, os quais de resto não se afiguravam como prováveis.
Doravante, o único caminho ainda aberto para que uma reforma da saúde seja levada à assinatura presidencial reside na chamada reconciliação fiscal. Tanto o lider da maioria no Senado, Harry Reid, quanto a Speaker Pelosi, na Câmara, estudam meios e modos de implementá-la.
Segundo observou Reid, a despeito dos protestos republicanos, o recurso da reconciliação fiscal já foi usado pelos dois partidos 21 vezes desde l981. A vantagem que oferece é a sua aprovação no Senado pela maioria de 51 votos. Como a designação indica, o instrumento só se aplica a normas com implicações fiscais. Desse modo, as demais disposições seriam aprovadas em projetos de lei separados.
Como sempre, os meios de comunicação especulam sobre as dificuldades políticas para a sua aprovação por Câmara e Senado. Diante da falta de opções, caberá à capacidade de liderança do Presidente Obama, e de seus epígonos no Senado, Harry Reid, e na Câmara, Nancy Pelosi, para que o principal projeto da agenda democrata se transforme em lei.


A Estranha guerra do Coronel Kaddafi

A guerra santa (jihad) proclamada nesta semana pelo Coronel Muammar al-Kaddafi, líder da Líbia, contra a Confederação Helvética há de surpreender pelo motivo invocado. Com efeito, em plebiscito o povo suiço se manifestara de forma maciça pela proibição da construção de minaretes.
Na solene declaração do Coronel Kaddafi “aqueles que destroem as mesquitas de Alá merecem ser atacados pela jihad, e se a Suiça fizesse fronteira com a Líbia nós lutaríamos contra ela.”
Nesse sentido, o líder da chamada Jamahiriya encareceu a todos os muçulmanos que boicotassem os produtos suiços e que barrassem aviões e navios suiços dos aeroportos e portos de seus respectívos países.
Como se sabe, desde incidente em Genebra, com Hannibal Kaddafi, filho de Kaddafi, na Suiça – que foi detido por dois dias por ter dado uma surra em empregados hoteleiros, motivada pela cobrança de contas – e malgrado o abjeto pedido de desculpas do então Presidente helvético, Hans Rudolf Merz – as relações entre os dois países ficaram em suspenso.
As ‘negociações’ entre Berna e Tripoli foram afinal interrompidas, porque a Líbia deteve a dois suiços, acusados de violação de residência. Um deles, asilado na embaixada por dezenove meses, pode enfim deixar o paraíso verde, mas o outro permanece trancafiado em cárcere líbico.
Como a jihad decretada pelo coronel evoluirá é uma pergunta de difícil resposta. Quanto a eventuais repercussões na esfera islâmica, posto que menos provável a sua difusão, os tempos que correm não favorecem prognósticos seguros.

( Fonte: International Herald Tribune)

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