quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Outra vez o barômetro Cesare Battisti

                      
          Desde algum tempo esquecido, o fugitivo Cesare Battisti é um dos exemplos da sanha de certas áreas políticas. O Brasil passa como país tolerante do dissenso e foi nessa condição que o presidente Lula, em um dos últimos atos de seu governo, em 31 de dezembro de 2010, autorizou a permanência de Battisti no Brasil.
         O vereador de São Paulo Eduardo Suplicy (PT), para sua honra, tem acompanhado o caso e apoiado esse desvalido. É de notar-se que, malgrado a dita eterna periculosidade de Battisti,  ele está todos esses anos no Brasil, sem criar nenhum problema.
          Por isso, há duas declarações de que é recomendável ter presentes.  Assim, o advogado Igor Tamasauskas, responsável pela defesa de Battisti, afirmou que ontem mesmo anexara notícias sobre a prisão aos autos do habeas corpus impetrado na semana passada, no Supremo, com o escopo de evitar uma eventual extradição do ativista.
          A par disso, o supracitado Eduardo Suplicy, que acompanha o caso, disse ontem que vai enviar carta ao presidente da República."Vou pedir que Temer respeite a decisão do ex-presidente Lula em relação à permanência de Battisti no Brasil. Não tem por que falar em extradição porque os crimes supostamente teriam sido cometidos há mais de trinta anos e estariam, portanto, prescritos."
           É difícil aquilatar e, na verdade, entender a maneira encarniçada com que segmentos da direita perseguem ao pobre refugiado Battisti.  Por mais que se lançem sobre esse infeliz, ele - havido como de alta periculosidade - desmente pelo comportamento a sanha da direita contra o próprio.
            Endosso as palavras do hoje vereador Suplicy em favor de Cesare Battisti. Este último, pelo seu comportamento, tem mostrado o quão certos estavam aqueles que o protegeram ao longo de todos esses anos, a começar pelo presidente François Mitterrand.


( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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