sábado, 21 de outubro de 2017

Maduro vai cair

                                        
      É assim mesmo, senhor revisor. Maduro, o afilhado de Chávez, vai cair. Tão certo quanto dois e dois são quatro. Ainda, porém, não se sabe quando, e aí está uma das grandes misérias de América Latina.
     Fabricam-se no ventre das ditaduras, como esta, inventada pelo caudilho Hugo Chávez Frias, que, como todo homem forte latino-americano, pensou que governava para a eternidade, e quando a doença sanhuda lhe bateu às portas, deixou para Venezuela essa má caricatura, que, como sói acontecer, só lhe copiou os defeitos.
      A corrupção é a filha dileta da tirania. O dito homem forte latino-americano se esquece das próprias origens - chega a contrariar o seu próprio criador - acaso o medroso canalha Maduro não fugiu do recall, que Chávez enfrentara e vencera?
      Os chamados homens fortes de Latino América já nascem fracos por conta do povão que ignoram. No passado, os ditadores venezuelanos deixaram a marca indelevel  da pobreza espiritual e criativa das oligarquias.
     O atual - que, como os demais, age como se tivesse longa a vida no poder - pelo consenso de sua própria gente, exagera e muito, no suposto direito que se arroga de infligir o mal.
     Dentre as tretas, que ao povo se contam, está aquela que devem penar e duro laborar para merecer o paraíso.  Mas que paraíso é esse, minha gente?  Por certo, não é o do tirano Maduro, que de corrupção e de negação se alimenta.  Negação? Pois não se trata apenas de enganar o Povão, mas é também exigir-lhe que aguente o mau governo - o da hiper-inflação (e vá perguntar ao quitandeiro se isto é invenção de economista, quando todas as prateleiras estão vazias, limpas pela avidez, a incompetência  e a desonestidade da oligarquia?)
             Da honestidade e da seriedade que há muito desapareceu da canalha dominante, surge na curva do caminho, o governo de Nicolás Maduro, um caminhoneiro, sim senhor, a quem ungiu o agonizante caudilho.   
            Espanta, senhoras e senhores, que tal administração possa sobreviver nadando nas águas turvas da incompetência e da bandalheira.
           Será porventura ainda preciso elencar-lhe os males, para que dos céus alguém se desprenda para cessar tanta perversidade, tanta sofreguidão, e tal infame legado de miséria e de negação de uma existência que pelo menos guarde algumas semelhanças com o país subdesenvolvido à antiga, e regido por gente que algum respeito preserve pela condição humana?
           Pois não vou falar das vazias e imensas prateleiras dos supermercados, pois a fome por vezes tem remédio.  No entanto, a falta desses últimos pode parecer ninharia, exigência besta de supérfluo conforto. Mas aqui não se trata de analgésicos baratos, e sim de drogas farmacêuticas que respondem com respeito à vida e não à morte. Na secreta fórmula que leva à falta de medicamentos em hospitais e farmácias, os segredos se vão esvaindo com o fluxo dos crimes das terras da corrupção.
            E decerto não é desconhecida a razão dessa criminosa ausência de medicamentos em hospitais e farmácias.
          E todos os maus governos - e o de Nicolás Mauro constitui, sem qualquer dúvida, o pioral - podem levar a tal miséria.
           Para eles, depois da glutonia das riquezas e da dinheirama amontoada com a pobreza alheia, cumpre agora assegurar-se a continuidade, por mais difícil e improvável que ela se afigure.
           Daí parte o tirano para o suborno dos altos mandos, moeda de que pensa ainda poder dispor. 
            Ledo engano o teu!
            Basta perlustrar qualquer manual para que possas ler nas paredes do palácio - e escrita com bíblicas e garrafais letras - a miséria do teu próprio destino.          


( Fontes: O Estado de S. Paulo; The New York Times; O Globo )

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