segunda-feira, 17 de junho de 2019

Joaquim Levy


                                                 

      Não conheço pessoalmente o Dr Joaquim Levy, que em fins desta passada semana entregou sua carta de demissão da chefia do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Como tampouco não é de estranhar, o Dr. Levy - que estava a menos de 6  meses de haver assumido a chefia do BNDES, mostra a sobranceira atitude do verdadeiro commis d'État, que é, pois o faz, pelo respeito que tem à própria motivação. Com efeito, abandona a honrosa comissão, ao saber estar com a "cabeça a prêmio", por haver ousado nomear para o BNDES  diretor que tinha trabalhado em governo do Partido dos Trabalhadores.

         Em verdade, ele tinha servido na administração de Dilma Rousseff, do qual se afastara mais tarde, por razões de princípio. Joaquim Levy servira também no  Banco Mundial e tem na sua con-dição de servidor do Estado, o que é, na realidade, pois - e camoniamente digo - em continuando a sê-lo, não servia a ele, mas sim a ela - no caso presente, à graça de bem trabalhar pelo Brasil -, que unicamente e ao cabo dos próprios serviços, só por prêmio pretendia.

         E assim, com meus renovados agradecimentos ao mestre, ele mais servira, se não fora para tão longa devoção, tão cruelmente curta a existência.


( Fonte: Luiz de Camões )

Um comentário:

Mauro disse...

Levy sempre demonstrou ser (ao menos para um observador externo) um servidor público dedicado e eficaz, implementando políticas e não política. Fez o certo ao se deligar desta “bomolocarquia”. Abraços
Mauro