quarta-feira, 12 de junho de 2019

Muito barulho por nada ?


                         

        A conselho do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o Ministro Sérgio Moro concordou em comparecer à Comissão de Constituição e Justiça da Casa, marcando-se para a próxima 4ª feira, dia dezenove, para dar explicações sobre as mensagens trocadas por ele, ainda enquanto juiz na Lava Jato, e o procurador Deltan Dallagnol, reveladas pelo site The Intercept/Brasil.
            Sob a pressão da divulgação das conversas, ainda que obtidas de forma contestável, Moro considerou que ir espontaneamente ao Congresso é menor desgaste de o que ser convocado. Com isso, supõe que o ambiente lhe será menos hostil.
            Dado o modo com que se procedeu à reprodução das mensagens entre Moro e Dallagnol, e para evitar maior exposição e eventuais desdobramentos do caso, Moro resolvera tomar a iniciativa no episódio. Parte do receio se deve à clara desarticulação da base do governo Jair Bolsonaro. Nesse sentido, o ministro Moro ouviu o conselho de Alcolumbre e assentiu.
              Por sua vez, na Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) recomendou a líderes do Centrão que não tomassem atitudes imediatas. O pedido foi reforçado especialmente  em relação a desencorajar o Centrão a embarcar em pedido  de Comissão Parlamentar Mista sobre o tema.  Líderes estavam reunidos  na residencia oficial do Presidente da Câmara quando o site  publicou as reportagens sobre o tema. Deputados do MDB, PP, PSDB, PRB, PR, DEM, PTB, Patriota e PSC se debruçaram sobre os respectivos celulares. Alguns liam trechos em voz alta. O que provocou maior indignação foi mensagem atribuída a Moro em que ele fala sobre "limpar o Congresso".
                  Diante disso, os ânimos se elevaram, até que Maia interviesse, recomendando aguardar para medir a repercussão do caso.  Desde então, os líderes do Centrão se mostraram cautelosos.  Em especial, não se  manifestaram contra Moro,  argumentando que é preciso aguardar para conhecer todo o material que o site prometera publicar.
                    Por sua vez, enquanto oposição, os líderes do MDB enfatizaram a necessidade  de ver a íntegra do material, antes de tomar qualquer atitude.
                     Ontem terça-feira, o corregedor do CNJ, Humberto Martins, determinou o arquivamento de um pedido para investigar a conduta de Moro, apresentado pelo PDT, com a justificativa de que ele não pode mais ser alvo de um procedimento do órgão, porque abandonara a carreira de magistrado.
                      A par disso, o presidente Jair Bolsonaro interrompera uma coletiva ontem, em São Paulo, ao ser inquirido sobre o vazamento de diálogos privados atribuídos ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, e ao procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava-Jato em Curitiba.
                        Ao conversar em S. Paulo, no aeroporto de Congonhas, o presidente falou com jornalistas sobre o andamento da proposta de reforma da Previdência.
                         Após responder a algumas perguntas acerca do tema, Bolsonaro foi questionado  ex-abrupto sobre  o vazamento das conversas, que ocorreram quando Moro ainda era juiz em Curitiba. Irritado, o presidente disse:  - Está encerrada a entrevista.
                           Após deixar a sala de autoridades, Bolsonaro seguiu para a Fiesp, onde recebeu a Ordem do Mérito Industrial de São Paulo.
                             Pela manhã, Moro foi encontrar-se com o Presidente no Palácio da Alvorada, encontro esse realizado  após a divulgação do aludido site. Pouco depois, sempre ao lado do Presidente,  Moro embarcou  em lancha no Lago Paranoá, nos fundos da residência oficial do Presidente, rumo a um evento da Marinha.
                              Ainda juntos, o presidente e o Ministro da Justiça chegaram ao Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília, a fim de participar da cerimônia de comemoração do 154º aniversário da Batalha de Riachuelo, uma das mais importantes da Guerra do Paraguai, e da entrega das condecorações da Ordem do Mérito Naval. Tanto na embarcação quanto na solenidade, Moro ficou ao lado de Bolsonaro, em claro e inequívoco sinal de prestígio junto ao Chefe da Nação.
                                 No evento, Moro foi condecorado juntamente com outros ministros presentes à solenidade.
                                  Como se fez questão de marcar,  Moro saíu prestigiado na sua presença ao lado do Presidente da República. Tudo isso terá contribuído para colocar nos seus devidos lugares a extrapolação das supostas "revelações" de um site, e dirimir qualquer dúvida sobre a posição do Ministro da Justiça, Sérgio Moro.


(Fonte: O Globo )

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