Quando a hiperinflação
atingiu seis dígitos, o bolívar teve ainda mais acentuado o seu empurrão para a
irrelevância.
Como as autoridades ditas competentes nada fazem para resolver o triste e ignóbil desafio da hiperinflação,
torna-se cada vez mais difícil lidar diuturnamente com esse estranho repto Esse
fenômeno não se restringe decerto à Venezuela. Contudo, nos países que sofreram
tal fenômeno - e o exemplo que vem à memória é o da Alemanha derrotada na
guerra de 1914-1918 - o que é incomum
constitui a passividade oriental com que a pátria de Bolívar deixa de reagir a
esse desafio. O exemplo clássico do combate a esse desregramento financeiro
está na Alemanha, que no imediato pós-guerra - e nas penosas condições
da sofrida derrota -, o Reich germânico
arrosta o desafio, e logra sanear a economia com o novo Marco alemão.
A
inação do governo de Nicolás Maduro tem forçado a paulatina e crescente dolarização
da economia venezuelana. Diante da
desmoralização econômica, a hiperinflação e o seu incômodo espelho - que são os
bilhetes de bolívares usados com fins decorativos e tal nas diferentes classes
sociais - tem aberto as cancelas para o
uso da moeda venezuelana para essa progressiva utilização não-monetária.
Com efeito, o desvalor das cédulas de bolívares espelhado na sua
crescente inutilidade para os respectivos fins específicos, e a consequente
utilização em plano decorativo, e ao alcance de qualquer extrato social, o que
é a contrario sensu uma espécie de prova dos nove não só da própria respectiva e final desmoralização,
e para qualquer nível de renda, mas também da gritante necessidade de uma
urgentíssima reforma monetária.
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( Fonte: O
Estado de S. Paulo )
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