Relatório
do Conselho de Direitos Humanos da ONU citou o Brasil como exemplo de país que
tem tomado medidas no sentido oposto ao necessário para enfrentar as mudanças
climáticas.
Nesse contexto, caíu mal a promessa do governo do presidente Jair
Bolsonaro de liberar partes da Amazônia para a mineração, a restrição a
demarcar terras indígenas e o enfraquecimento das proteções a agências
ambientais foram alvo de críticas.
O documento, firmado pelo relator
sobre pobreza extrema do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Phillip Aston,
focaliza os efeitos do aquecimento global, máxime sobre a parcela da
população que já é mais vulnerável.
Segundo o relator, o mundo está caminhando para um apartheid climático, onde os ricos compram saídas para os piores efeitos do aquecimento global,
enquanto os pobres têm de suportar-lhe o peso.
Ainda em 2018, o Brasil anunciara
haver desistido de sediar a Conferência do Clima das Nações Unidas, no ano
corrente. A justificativa oficial foi a falta de verba para sediar o evento.
Sem embargo, se teve presente a circunstância de que Bolsonaro sempre fora
crítico de discussões sobre o aquecimento global.
O documento da ONU assevera
que as empresas têm papel vital nas questões de mudança climática, mas não
podem ser confiadas na observação das condições das camadas mais pobres da
população. "Uma dependência excessiva do setor privado poderia levar a
cenário de apartheid climático, em que os ricos
pagam para escapar do super-aquecimento, fome e conflitos, enquanto o
resto do planeta é deixado sofrer", assinala o relator.
O relatório em causa
critica governos - v.g., Estados Unidos e China - por fazer pouco mais do que
enviar representantes a conferências para discursar, apesar de cientistas e
ativistas estarem realizando alertas desde os anos 1970. Só os Estados Unidos
sofreram, desde a década de oitenta, 241
desastres climáticos, o que custou mais de um bilhão de dólares.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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