quinta-feira, 27 de junho de 2019

ONU critica Brasil por mineração na Amazônia


            
        Relatório do Conselho de Direitos Humanos da ONU citou o Brasil como exemplo de país que tem tomado medidas no sentido oposto ao necessário para enfrentar as mudanças climáticas.
          Nesse contexto, caíu  mal a promessa do governo do presidente Jair Bolsonaro de liberar partes da Amazônia para a mineração, a restrição a demarcar terras indígenas e o enfraquecimento das proteções a agências ambientais foram alvo de críticas.
            O documento, firmado pelo relator sobre pobreza extrema do Conselho de Direitos Humanos da ONU, Phillip Aston, focaliza os efeitos do aquecimento global, máxime sobre a parcela da população que já é mais vulnerável.  Segundo o relator, o mundo está caminhando para um apartheid climático, onde os ricos compram saídas  para os piores efeitos do aquecimento global, enquanto os pobres têm de suportar-lhe o peso.
              Ainda em 2018, o Brasil anunciara haver desistido de sediar a Conferência do Clima das Nações Unidas, no ano corrente. A justificativa oficial foi a falta de verba para sediar o evento. Sem embargo, se teve presente a circunstância de que Bolsonaro sempre fora crítico de discussões sobre o aquecimento global.
                 O documento da ONU assevera que as empresas têm papel vital nas questões de mudança climática, mas não podem ser confiadas na observação das condições das camadas mais pobres da população. "Uma dependência excessiva do setor privado poderia levar a cenário de apartheid climático, em que os ricos  pagam para escapar do super-aquecimento, fome e conflitos, enquanto o resto do planeta é deixado sofrer", assinala o relator. 
                     O relatório em causa critica governos - v.g., Estados Unidos e China - por fazer pouco mais do que enviar representantes a conferências para discursar, apesar de cientistas e ativistas estarem realizando alertas desde os anos 1970. Só os Estados Unidos sofreram, desde a década de oitenta,  241 desastres climáticos, o que custou mais de um bilhão de dólares.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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