O ministro da Economia, Paulo Guedes, resolveu dar uma solução caseira
para a crise do BNDES e escolheu o secretário adjunto de Desestatização e Desinvestimento, Gustavo Montezano, como novo presidente do Banco.
Engenheiro e com mestrado em Economia, Montezano, com trinta e oito
anos, era o número dois do secretário de
Desestatização, Salim Mattar, outro cotado para assumir a presidência do Banco
depois que Joaquim Levy deixou o cargo, nas circunstâncias já conhecidas.
Desnecessário falar
sobre a larga experiência de Joaquim Levy - ministro da Fazenda no governo de
Dilma Rousseff e diretor do Banco Mundial - Montezano é bastante mais júnior do
que Levy. A escolha de Montezano
começara a circular no início da noite de ontem e, antes mesmo do anúncio
oficial, foi confirmada pela líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann
(PSL-SP).
Montezano é visto
como um nome próximo a Mattar, que teria preferido emplacar uma pessoa ligada
a ele para continuar à frente da
Secretaria do Ministério da Economia.
Segundo o Estado
apurou, a ideia do Governo é que
Montezano atue em parceria com a secretaria de Mattar, com vistas a viabilizar
e acelerar as privatizações da União.
Especula o Estado
de S. Paulo que o futuro presidente do BNDES assumirá o cargo numa saia
justa. Pelo lado da política, o
principal objetivo será abrir a "caixa-preta" das operações do Banco,
como disse, antes do anúncio do nome de Montezano, o ministro Onyx Lorenzoni.
Estima o
"Estado de S. Paulo" que a tarefa não será fácil, seja porque, nos
últimos anos o BNDES já vinha ampliando o conjunto de informações disponíveis,
seja porque auditorias e operações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) ainda não comprovaram irregularidades
que envolvam funcionários do Banco.
A divulgação de
informações públicas sobre as operações foi crescendo pouco a pouco, desde o
fim da gestão de Luciano Coutinho, ainda nos governos do PT - mas o processo tem sido acelerado mesmo a
partir de 2015, sob a gestão do presidente Michel Temer.
Houve
ampliação das informações disponíveis, mas grande parte dos avanços se deu na
apresentação dos dados no site do Banco.
Tanto que a primeira tentativa de Levy de abrir a
"caixa-preta", logo após a posse em janeiro, foi colocar na página do
BNDES uma lista com os cinquenta maiores clientes da instituição bancária.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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