A
relevância dos ultraortodoxos pesou mais na balança para Avigdor Liberman do
que a perspectiva de trabalhar com Bibi Netanyahu. Ele está mais à direita do que Bibi. Se tem apenas cinco cadeiras, os
ultraortodoxos tem dezesseis. A base do partido de Liberman são os russos, que
migraram, ao ensejo do colapso da URSS, para Israel. Mas essa migração já
terminou.
Como assinala Gurovitz, o eleitorado
ultraortodoxo é o mais confiável e uniforme da direita. Não para de crescer.
Assim, em 2016 representou 11% da população, e segundo as projeções
demográficas, em 2039 serão 19%.
Ao ensejo da reviravolta de Liberman,
a reação do Likud e de seu líder Netanyahu se alimentara nas vinhas do ódio. Em
termos de política, não se afigura como a melhor das nutrições. Tende a toldar a mente, e faz perder a
necessária frieza.
Não é o fígado que comanda as posições
políticas. Por vezes, submeter-se às paixões será incorrer em riscos maiores.
Valerá a pena?
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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