Quem diria... As dificuldades na economia empurram
brasileiros de quase todas as classes sociais para fazer um trajeto atlântico
às avessas. E ora, vejam só... Povoam as nossas memórias empresas de antepassados
que vieram de além mar na terceira-classe de navios, ou até pior,e que dormiam
muita vez debaixo da mesa da casa que porventura os acolhia.
Agora, o registro é outro, e há
inúmeros parentes de gente conhecida que ora empreende essa rota para ser chamado
de 'zuca' e fazer para além-mar tal movimento empurrado seja pela falta de boas
oportunidades na própria terra, seja pela realização de cursos na terrinha em
melhores condições do que no antigo país da esperança.
Não sei se a terra prometida vive
tempos difíceis, de regras pouco claras e de princípios ainda menos
luzentes, a ponto de que o antigo
rincão de uma nova e promissora vida se
veja transportado para uma apertada franja de terra em ultramar...
Se o horizonte aqui se encolheu,
e ficou preferível virar de repente zuca, esses eternos emboabas que têm
a lidar com os preconceitos solidamente implantados do pessoal do lugar, que
sempre há de receber com sorrisos escarninhos àqueles que vêm de longe,
tangidos pelas lufadas nem sempre agradáveis da falta de oportunidade e/ou de
uma sucessão de portas que batem na cara daqueles que pugnam por um emprego...
Será que tal viagem, hoje
empreendida nas asas dos aviões de carreira, vale mesmo a pena ?
Não sei, mas o placar
continua a mostrar que a arriscada empresa, tangida por um mercado inóspito,
persiste, como aquela luzinha da esperança, a piscar de longe, enquanto à volta,
as oportunidades parecem não brilhar com as tenazes e solitárias estrelas da
esperança...
(Fonte: estórias de
antigamente e modas hodiernas )
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