terça-feira, 16 de julho de 2019

A Fome na América Latina


                 
       A fome na América Latina e Caribe cresceu em 2018 pelo terceiro ano consecutivo, e afeta cerca de 42,5 milhões de pessoas.  Essa crise humanitária tem na verdade raízes políticas, eis que é a Venezuela, e sua situação político-econômica, a causa precípua dessa tragédia, que se deve ao fracasso tanto econômico e financeiro, quanto político da ditadura chavista,na hoje infeliz terra de Bolívar, submetida a um governo corrupto e incompetente, encabeçado por Nicolás Maduro, este por sua vez indicado por Hugo Chávez, que se apossara do poder na Venezuela no fim dos anos noventa, criando condições para a instituição pelo seu indicado Maduro desse regime corrupto e incompetente, que se mantém através de ditadura estabelecida com o apoio das Forças Armadas.

           No momento, além da hiperinflação que é mantida pela incompetência de Maduro e a corrupção de seu entorno chavista, as condições da economia são tais que impulsionam o êxodo maciço de boa parte do povo venezuelano. Há em curso um processo de paz que é apoiado através da mediação da Noruega, mas até o presente, salvo uma revolução generalizada, há muito poucas esperanças que tal processo, tocado pela Noruega, possa vingar, a despeito da boa vontade da Oposição, representada por Juan Guaidó, que encabeçava a Assembleia Nacional,  deixada sem poderes por Maduro e seus acólitos, enquanto se montou uma fraudulenta Constituyente - a que, de resto, os representantes petistas viram com entusiasmo - e sob as chefias de Delcy Rodriguez e Diosdado Cabello faz as vezes de Câmara em funções do chavismo imperante, apesar de ser fraudulenta tanto a sua eleição, quanto a lei que a criou, exarada pelo ditador  Nicolás Maduro.

           A despeito de ter sido plena de esperança a acolhida reservada ao presidente Juan Guaidó - reconhecido por mais de cinquenta governos, o chavismo continua imperante na realidade, o que tem contribuído para fomentar dúvidas sobre a probabilidade de que a democracia na Venezuela esteja assim tão próxima quanto faziam esperar as primeiras semanas depois da instituição, pela Assembleia Nacional, da presidência democrática de Juan Guaidó.

               É uma das falsas maravilhas da Venezuela que, malgrado tudo e todos (a hiperinflação imperante há vários anos - um récorde às avessas para a história das finanças; o governo corrupto e ineficaz de Nicolás Maduro; o inferno a fogo lento da hiper-inflação, com o bolívar tornado virtualmente sem valor e ainda não substituído por outra moeda de curso corrente),  esse inepto ditador Maduro continua no seu palácio de Miraflores; enquanto o povo venezuelano emigra para Colômbia, Brasil e outros países de América Latina, ou se resigna a viver sem médicos e medicamentos, com poucos alimentos e as repetidas falta de abastecimento de água.

              E eles que pouco sabem de Godot, ignoram o que lhes reserva o futuro, em um país que dispõe do melhor pétroleo e de abundantes reservas desse liquido negro (fonte de riquezas mil para povos de baixo nível cultural) , que na terra de Bolívar um misto de incompetência e muita ladroagem puseram na prática a perder uma estatal petrolífera - a Petróleos de Venezuela - que era poderosa e florescente até que Hugo Chávez teve idéias a seu respeito, no que concerne a apoio ao regime cubano que, coitado, não tinha reservas suficientes desse precioso líquido moderno, e também quanto à utilização das riquezas da PDVSA para impulsionar uma organização que rivalizaria com a OEA, só que ficaria sob a direção do estadista Chávez.  Precisa-se acaso dizer como acabaria esse roteiro de desenfreada ambição?


(Fontes:Jean Genêt, O Estado de S. Paulo, The New York Review of Books, experiência diplomática et al.)

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