A fome na América
Latina e Caribe cresceu em 2018 pelo terceiro ano consecutivo, e afeta cerca de
42,5 milhões de pessoas. Essa crise
humanitária tem na verdade raízes políticas, eis que é a Venezuela, e sua
situação político-econômica, a causa precípua dessa tragédia, que se deve ao
fracasso tanto econômico e financeiro, quanto político da ditadura chavista,na
hoje infeliz terra de Bolívar, submetida a um governo corrupto e incompetente,
encabeçado por Nicolás Maduro, este por
sua vez indicado por Hugo Chávez,
que se apossara do poder na Venezuela no fim dos anos noventa, criando
condições para a instituição pelo seu indicado Maduro desse regime corrupto e
incompetente, que se mantém através de ditadura estabelecida com o apoio das
Forças Armadas.
No momento, além da hiperinflação
que é mantida pela incompetência de Maduro e a corrupção de seu entorno
chavista, as condições da economia são tais que impulsionam o êxodo maciço de
boa parte do povo venezuelano. Há em curso um processo de paz que é apoiado
através da mediação da Noruega, mas até o presente, salvo uma revolução
generalizada, há muito poucas esperanças que tal processo, tocado pela Noruega,
possa vingar, a despeito da boa vontade da Oposição, representada por Juan Guaidó, que encabeçava a
Assembleia Nacional, deixada sem poderes
por Maduro e seus acólitos, enquanto se montou uma fraudulenta Constituyente - a que, de resto, os
representantes petistas viram com entusiasmo - e sob as chefias de Delcy Rodriguez e Diosdado Cabello faz as vezes de Câmara em funções do chavismo
imperante, apesar de ser fraudulenta tanto a sua eleição, quanto a lei que a
criou, exarada pelo ditador Nicolás Maduro.
A despeito de ter sido plena de
esperança a acolhida reservada ao presidente Juan Guaidó - reconhecido por mais de cinquenta governos, o
chavismo continua imperante na realidade, o que tem contribuído para fomentar
dúvidas sobre a probabilidade de que a democracia na Venezuela esteja assim tão
próxima quanto faziam esperar as primeiras semanas depois da instituição, pela
Assembleia Nacional, da presidência democrática de Juan Guaidó.
É uma das falsas maravilhas da
Venezuela que, malgrado tudo e todos (a hiperinflação imperante há vários anos
- um récorde às avessas para a história das finanças; o governo corrupto e
ineficaz de Nicolás Maduro; o inferno a fogo lento da hiper-inflação, com o
bolívar tornado virtualmente sem valor e ainda não substituído por outra moeda
de curso corrente), esse inepto ditador
Maduro continua no seu palácio de Miraflores; enquanto o povo venezuelano
emigra para Colômbia, Brasil e outros países de América Latina, ou se resigna a
viver sem médicos e medicamentos, com poucos alimentos e as repetidas falta de
abastecimento de água.
E eles que pouco sabem de Godot, ignoram o que lhes reserva o futuro, em um país que
dispõe do melhor pétroleo e de abundantes reservas desse liquido negro (fonte
de riquezas mil para povos de baixo nível cultural) , que na terra de Bolívar
um misto de incompetência e muita ladroagem puseram na prática a perder uma
estatal petrolífera - a Petróleos de Venezuela - que era poderosa e florescente
até que Hugo Chávez teve idéias a seu
respeito, no que concerne a apoio ao regime cubano que, coitado, não tinha
reservas suficientes desse precioso líquido moderno, e também quanto à
utilização das riquezas da PDVSA para impulsionar uma
organização que rivalizaria com a OEA, só que ficaria sob a direção do
estadista Chávez. Precisa-se acaso dizer
como acabaria esse roteiro de desenfreada ambição?
(Fontes:Jean
Genêt, O Estado de S. Paulo, The New York Review of Books, experiência diplomática et al.)
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