É
noticiado que o Governo Maduro e a Oposição, de Guaidó, vão retomar as
negociações em Barbados, sob a mediação da Noruega.
Sem
embargo, a crise se agrava na Venezuela. A passagem da Bachelet e as suas
liberações de prisioneiros foram uma espécie de anticlimax, prestidigitação, diante do negro e sombrio quadro da
ditadura de Nicolás Maduro.
Negociar com Maduro mais parece tarefa de Sísifo, pois a medida que
casos pontuais são acaso "resolvidos", o poder chavista vai ganhando
tempo, enquanto espera que o Drang para enfraquecer a ditadura se vá
debilitando. Virando rotina a eventual libertação de antigos velhos expoentes
da democracia, à medida que o poder chavista cuida de manter-se firme nas
rédeas do mando, tem-se a impressão de que Maduro pode desvencilhar-se de umas
gastas pedras de rosário, enquanto toma medidas pontuais para que, na verdade,
nada mude...
Revoluções e ditaduras não costumam negociar a sua partida, se não tem
as bases abaladas, sob um processo cumulativo de perda dos respectivos
instrumentos de poder.
Ao ganhar tempo, enquanto mantém, na prática, o domínio sobre os respectivos
meios de conservá-lo, o poder chavista vai, com ledo engano, desfiando um novelo
para as chamadas forças progressistas, ditas revolucionárias, para que Guaidó e os
que pensam apoiá-lo se distraiam nesse jogo inconclusivo, sem que na verdade nada mude.
(
Fonte: Giuseppe de Lampedusa )
Nenhum comentário:
Postar um comentário