Os termos do acordo
entre o Reino Unido e a República Popular da China foram relembrados pelo
porta-voz do Ministério da Defesa, coronel Wu Qian, e de uma forma que mostra
claramente quem pensa estar intitulado a interpretar o princípio básico do
acordo da China com o Reino Unido, um país, dois sistemas.
Na virada do século, Londres negociara
a sua saída da colônia, sob a condição de que se respeitaria o lema acima: um
país, dois sistemas.
A decisão de Beijing afirma, como
seria de esperar pelo seu comportamento precedente, o princípio leonino da lei
do mais forte. Além de encarregar da resposta o Ministério da Defesa, através
do coronel Wu Qian, é o caso de perguntar de que vale o dito princípio basilar
de "um país, dois sistemas" na cínica interpretação do poder central
chinês, se ele sequer assegura que o princípio da democracia - por que é disso que
se trata - valha em qualquer recanto do Império chinês, e muito menos no pequeno enclave de Hong Kong?
O que deve ser dito de maneira
inequívoca é que Beijing desrespeita - e
o faz acintosamente - a base do acordo entre o Reino Unido e a RPC. Não há mais
abrigo para a democracia nesse Império, nem em Xikiang, nem no Tibet, e muito
menos, por conseguinte, na pequena colônia de Hong Kong. É a pesada lei de Breno, nos primórdios da República Romana, quando jogou sua espada na balança para reforçar os próprios direitos que os romanos intentavam contestar.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário