quinta-feira, 11 de julho de 2019

Embaixador britânico cessa missão em Washington


                 
                   É deplorável a interrupção por um embaixador de sua missão diplomática, por motivos fora de seu controle. Que a imprensa inglesa tenha vazado o teor dos respectivos telegramas mostra que algo de muito errado acontece no reino de Sua Majestade Britânica.  Porque a notícia tem limites muito claros, e tem a ver com a segurança nacional.

                     O que os chefes de missão comunicam à sua sede é uma decisão de sua competência e responsabilidade. Ora, se eles não podem mais fiar-se na confiabilidade das comunicações, das duas uma: ou o embaixador, sabedor de que os códigos não são mais confiáveis, deve recorrer a correios diplomáticos, com as respectivas malas sob sua guarda, para evitar que os segredos de Estado vazem, ou então, como fazem muitos, silenciar o que sabem, se desejam continuar no posto.

                     A função de informar é uma das obrigações mais importantes de um Chefe de missão.  Se ele não pode mais inteirar o próprio governo de o que sabe, de que valia tem a sua capacidade de acessar autoridades do país em que está sediado, além de transmitir à própria chancelaria (ou mesmo a seu ministro) qual é realmente o seu pensamento sobre o governo junto ao qual está acreditado, e tal decerto começa pela sua avaliação da máxima autoridade do país para o qual foi credenciado:

                      Nesse contexto, é lapidar a comunicação feita pelo embaixador Kim Darroch à sua chancelaria: "a situação atual me impede de cumprir minha função como desejaria. Nessas circunstâncias, o caminho responsável a seguir é permitir a nomeação de um novo embaixador".

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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