domingo, 14 de julho de 2019

Milhares de venezuelanos em passeata pró- Maduro ?


       
          Os males de que padece a Venezuela, a começar pela híperinflação e a consequente inviabilização do bolívar como moeda de curso corrente, são demasiado grandes para que se possa crer na mensagem das encenadas manifestações  pró-Maduro como se fossem outra coisa de o que realmente são: grande e manipulada operação orquestrada pelo que resta do poder chavista, com a presença de estudantes, presenças engajadas como Diosdado Cabello, Delcy Rodriguez et al., dentre movimentos sociais, grupos páramilitares e milícias apoiadoras do chavismo, na sua versão (terminal) sub -Maduro.
               Assim, eles criticaram o relatório apresentado pela alta-Comissária das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos, Michelle Bachelet. Para eles, esse relatório é "tendencioso" e "manipulado",

               Ora, no dia quatro do corrrente, a ONU publicou tal relatório,  que documenta a execução extra-judicial de 5,287 pessoas na Venezuela, em 2018: catorze assassinatos por dia! Assinale-se que tal relatório foi preparado por uma equipe chefiada pela Bachelet, que visitara recentemente o país.

                  A maior parte das ditas execuções ocorreu pelas mãos da  Força de Ação especial da Polícia Nacional Bolivariana (FAES), criada por Maduro para "combater o crime". Para a ONU, o FAES  é o principal violador dos direitos humanos na Venezuela. Segundo a visão prevalente, o grupo não passa de um Esquadrão da Morte a mando do regime.

                      O governo venezuelano, que negociara a visita da Bachelet com a ONU,  e aceitara libertar alguns presos políticos, contestou de imediato ao relatório. Nesse sentido, o chavismo chegou a listar 70 pontos do texto que julgava serem "parciais" ou "incorretos".

                       Apesar das críticas a Bachelet, o governo Maduro liberou 22 presos políticos após a divulgação do Relatório, inclusive os emblemáticos casos da juíza Maria Lourdes Afiuni e do jornalista Braulio Jatar. O ato foi comemorado pela Oposição.

                            Pelo Twitter, o autodeclarado presidente da Venezuela, Juan Guaidó disse que a libertação era um "produto do contundente relatório" da Bachelet.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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