O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador (Amlo) afirmou a dezoito de julho que o governo mexicano
utilizará os meios legais para garantir que a fortuna do narco-traficante
Joaquín "El Chapo" Guzmán retorne ao México,
"Acredito que tudo (que) seja
confiscado e devolvido ao México e aos mexicanos", disse López Obrador. "Acredito
que o governo dos EUA concordará em entregar o que pertence ao México. Os
trâmites têm de ser feitos desde já.. Nós não vamos deixar de recorrer a esses
assuntos por via legal."
O ex-chefão do cartel de Sinaloa
foi condenado à prisão perpétua com um adicional de trinta anos. Além disso,
deverá pagar uma indenização de US$ 12,6 bilhões. O valor calculado pelas
autoridades americanas do dinheiro arrecadado com o tráfico de cocaína e outras
drogas para os EUA é de US$ 14 bilhões, ao longo de vinte e cinco anos.
A questão é delicada, eis que
se trata de dinheiro proveniente da venda de drogas do cartel mexicano nos EUA.
Até o momento, as autoridades americanas não disseram como pretendem
administrar o dinheiro de Guzmán. Especialistas questionam até mesmo se o
governo será capaz de rastrear a fortuna.
Amlo
afirmou ontem que o México cometeu um erro
no passado, ao permitir que os EUSA arrecadassem dinheiro em casos
penais e de corrupção contra suspeitos mexicanos, e prometeu que isso não
voltará a ocorrer, Ele acrescentou que o dinheiro repatriado será usado em
programas de combate à pobreza no México. (... ) O presidente mexicano também
lamentou a pena perpétua contra Chapo, que permanecerá em isolamento completo
em prisão de segurança máxima nos EUA. "Lamento muito que esses casos
ocorram. Eu não quero que ninguém esteja preso, ou em hospital, que ninguém
sofra. Sou um idealista", disse.
"Isso me comove."
Desde 2006, quando o
presidente Felipe Calderón lançou uma ofensiva militar para enfrentar os
cartéis, mais de 250 mil pessoas foram assassinadas. Chapo, que esteve preso
duas vezes no México, foi extraditado para os EUA em janeiro de 2017, no último
dia do mandato de Barack Obama.
Apesar de haver
perdido um de seus líderes, o cartel de Sinaloa
continua operando normalmente sob o comando de Ismael
Zambada García, conhecido como "El Mayo", que muitos apontam
como o verdadeiro chefe da organização criminosa.
(
Fonte: O Estado de S.
Paulo )
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