O
governo Trump impôs ontem sanções a empresários acusados de corrupção na
importação de cestas básicas e venda de ouro venezuelano. Entre os visados, estão enteados de Nicolás
Maduro e o empresário colombiano Alex Saab, apontado como chefe do esquema.
Conforme o Departamento do Tesouro dos EUA, Saab é responsável por vasta
rede de corrupção, que tem como base o programa de cestas básicas Carné da
Pátria (Clap). O programa oferece alimentos subsidiados mediante registro
biométrico em bancos de dados eleitorais.
Os enteados de Maduro foram identificados como Walter, Yosser e Yoswal
Flores, conhecidos como "Los
Chamos", filhos da primeira dama, Cília Flores.
O
esquema consistia, segundo autoridades americanas, em contratos superfaturados sem
licitação. "Saab conspirou com membros do regime para construir uma rede de
corrupção para explorar a fome dos venezuelanos", afirmou o Secretário do
Tesouro, Steve Mnuchin. "Estamos punindo essas pessoas e empresas que
lucraram com o esquema."
Saab começou a montar o esquema de importação de alimentos em 2016.
Segundo o Departamento do Tesouro, ele entregava uma quantia ínfima de o que
era contratado.
Fontes americanas acreditam que Saab pagou propina aos enteados de
Maduro, para que eles o colocassem em contato com o próprio presidente e com o
vice-presidente e ministro da Indústria da Venezuela, Tareck el-Aissami, que
foi incluído pelas autoridades na lista de sanções, em fevereiro de 2017, por
narcotráfico.
Em 2018, de acordo com o governo americano, Saab começou a negociar
ouro com representantes turcos e dos
Emirados Árabes, para driblar a escassez de dólares provocada pela crise
financeira.
Os alvos das sanções terão congelados todos os ativos ou bens imóveis
que possam ter nos EUA. Estão, outrossim,
de entrar em transações financeiras com qualquer cidadão ou empresa
americana. Em consequência, tais pessoas incluídas no listão do Tesouro
americano terão dificuldade para ter acesso ao sistema financeiro
internacional, que se baseia no dólar.
Simultaneamente, os EUA também impusera sanções a treze empresas,
algumas delas de propriedade de Saab e de seus sócios, que a partir dessa data
igualmente terão congelados os seus ativos sob jurisdição americana.
Para Mnuchin, Saab ainda
estaria 'escondido' na Venezuela, mas havendo a Interpol emitindo uma circular
azul - presume-se que se logre localizá-lo, identificá-lo e obter as
informações necessárias para a abertura de investigação penal. Ainda para a
mesma pessoa, as ações mencionadas são
"muito significativas", por atingirem um grupo mais próximo do
ditador Maduro.
Segundo a Caracas oficial. o programa Clap
ajuda mais de seis milhões de pessoas, mas a Assembleia Nacional
(parlamento eleito de forma legítima e que é liderado pela Oposição) alega que
o plano em tela provocou milionárias
perdas patrimoniais por força da corrupção e serve para direcionar o voto dos
eleitores.
( Fonte:
Estado de São Paulo )
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