sexta-feira, 19 de julho de 2019

E Trump venceria no voto do Colégio Eleitoral...


                   
       Segundo os cômputos eleitorais, Donald Trump dispõe de algumas substanciais vantagens de acordo com o velho critério - que é, infelizmente, ainda o válido - do colégio eleitoral. Foi sua vantagem nesse colégio - que é sempre aquela que vale, enquanto o Congresso americano não emendar a Constituição, abolindo um parâmetro do século XVIII - e, ainda que tardiamente, depois de tantas injustiças praticadas não só contra este ou aquele candidato, mas também por permitir que um método torto prevaleça (que sói muita vez favorecer o candidato minoritário) como tem acontecido demasiadas vezes na história política americana, e portanto não pretendo cansar o leitor, recordando apenas o ocorrido com Hillary Clinton, vencedora no voto popular, mas perdendo no colégio eleitoral.  E há diversos outros casos desta histórica injustiça na crônica política americana,  além desta recente "derrota" de Hillary Clinton, por obra de sistema implantado no século XVIII.

        As perspectivas de Trump, apesar de seu gritante e abusivo racismo, além de suas perigosas mentiras, continuam, sem embargo, a favorecê-lo, se o sistema eleitoral continuar aquele do "colégio eleitoral", que já lhe permitira em 2016 vencer a candidata democrata - e de longe a melhor - porque os Estados Unidos continuam a ser o único país no mundo a persistir na tolerância de um método de cômputo eleitoral que é torcido e que sói favorecer em muitos casos o candidato minoritário, se computado contra o voto popular. Há frestas, sem dúvida, que coloquem a vitória pelo Código Eleitoral que tenham também o aval da contagem numérica. Mas o que há de errado no sistema do voto por colégio é que ele prevaleça sobre a contagem numérica absoluta dos votos. Em nenhum caso deveria ser permitido, em que um sistema artificial - como o do colégio eleitoral - possa prevalecer contra a contagem de um candidato que obteve a pluralidade majoritária de todos os votos depositados no país.  É um artificialismo que só  é permitido persistir, porque favorece em muitos casos o candidato do partido Republicano, que é aquele - e não por acaso - que costuma recorrer -direta ou indiretamente - aos "truques" da invalidação de votos por uma série de razões que visam a excluir da lista dos eleitores, votantes negros ou com condições culturais que habilitem as autoridades do GOP a partir para a política de impedimento maciço de potenciais sufragantes do Partido Democrata.

             Essa política de um partido que se apóia nos truques sistemáticos da invalidação de votos válidos por suspeições cavilosas lançadas contra eleitores em geral negros, mestiços ou de recente ingresso na pátria estadunidense, constitui decerto uma das grandes Vergonhas da Pátria americana, e um insulto à Democracia. Não tenho dúvida de que em qualquer outro país em que Bush, no começo deste século, fosse "eleito" pela votação da Corte Suprema receberia um tratamento pela soi-disante imparcial imprensa internacional, de uma incomparável severidade, o que não costuma ocorrer com a Superpotência.

                Um dos grandes erros do Partido Democrata é o de, na prática, tolerar esse monstrengo da democracia, que é o sistema de votação por colégio eleitoral. Talvez não haja má-fé maior de que continuar a servir-se de um sistema anacrônico - criado no século XVIII pelos prógonos da democracia americana por um fator material,  imposto e ditado pelo tamanho geográfico dos Estados Unidos da América, e a consequente necessidade de compatibilizar o voto do eleitor com distâncias que a situação de então tornaria imanejável  qualquer outro sistema para o cômputo em tempo oportuno e realista da expressão da vontade nacional. 

                  Mas esse tempo, meus caros amigos americanos, já passou faz muito, e, por conseguinte, esse antiquado sistema de cômputo por colégio eleitoral me lembra aqueles brinquedos que já passaram de época, e só são mantidos em uso pela teimosia de um punhado de velhos...


(Fonte: o acompanhamento por algumas décadas do sistema eleitoral americano e o crescente descrédito diante de sistema que não favorece decerto a apuração, tanto verdadeira quanto inatacável, e dentro de um critério democrático, a salvo de qualquer truque ou influência, da lídima vontade do eleitor americano.)                         

Nenhum comentário: