Barqueiro declara à
Polícia ter visto homem ligado ao PM
reformado Ronnie Lessa jogar ao mar seis armas. Lessa é acusado de ser o assassino da
vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.
Com efeito, em depoimento à
Delegacia de Homicídios, pescador afirmou que um homem supostamente ligado ao PM reformado Ronnie Lessa, que é acusado
de ser o assassino da vereadora Marielle Franco
(PSOL) e do motorista Anderson Gomes, alugou seu barco, supostamente
para um"passeio" e jogou seis armas no mar, perto das Ilhas Tijucas, a
cerca de dois quilômetros da praia da Barra.
A Polícia Civil suspeita que
estava entre elas a submetralhadora HK
MP5, que teria sido usada no crime praticado em catorze de março de 2018, no
Estácio.
De acordo com os
investigadores, o descarte do armamento ocorreu poucos dias depois da prisão de
Lessa, em doze de março de 2019, e pode ter sido planejado por quatro
indivíduos: Márcio Montavano, o Márcio Gordo, apontado como o homem que alugou
o barco; Eliane de Figueiredo Lessa, mulher do PM reformado ; o irmão dela, Bruno Figueiredo; e Josivaldo
Freitas, um amigo da família. Há quatro meses,policiais iniciaram buscas no
mar, com a ajuda da Marinha e do Corpo de Bombeiros.
Na Segunda-Feira, a
mulher de Lessa e o irmão dela prestaram depoimentos na sede da DH, na
Barra. Márcio Gordo e Josinaldo foram
ouvidos ontem. Além de policiais civis
da especializada, o Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco) do Ministério Público Estadual investiga o caso.
O pescador, cujo
identidade foi preservada pela DH, contou em depoimento que foi procurado por
um homem que chegou de táxi ao Quebra-Mar na Barra. O suspeito lhe disse que
queria contratar embarcação para fazer
pesca submarina perto das Ilhas Tijucas. Dono de um barco de fibra de vidro com
5 metros de comprimento e motorizado, o pescador aceitou o serviço.
Descrito como um homem forte, com
idade
entre 30 e 35 anos, os braços cobertos por tatuagens, o suspeito carregava uma
caixa pesada de papelão e uma mala grande, nas quais o barqueiro acreditava que
estivessem guardados arpões e outros equipamentos. "No meio das ilhas Tijucas",
segundo o pescador, o homem retirou da mala "seis fuzis" e, da caixa
de papelão, recipientes menores, nas cores amarelo e azul. Em seguida, jogou
tudo no mar.
A polícia avalia
que, embora o pescador haja dito que viu seis fuzis, uma submetralhadora HK MP5
pode fazer parte do material jogado no mar, pois as diferenças entre os dois
tipos de armamento não seriam claras para um leigo.
O pescador, que
acertara o valor de R$ 60,00 pelo serviço, disse ainda que sentiu muito medo e,
por isso, desistiu de cobrar o pagamento. Na volta, porém, sem falar nada, o
homem jogou R$ 300,00 dentro da embarcação e foi embora. No depoimento , o
pescador também afirmou que havia visto o suspeito em um bar do Quebra-Mar, e
acrescentou que o descarte do armamento ocorreu no dia catorze ou quinze de
março.
A Marinha,a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros chegaram a usar um sonar para fazer
buscas na região onde as armas teriam sido abandonadas, mas sem sucesso. Além
disso, mergulhadores enfrentaram dificuldades para localizar os objetos a
quarenta metros de profundidade, por conta das águas turvas.
Buscas em Apartamento. A desova do armamento teria aconteci-do pouco
antes de a polícia tentar cumprir mandado de busca e apreensão no local onde
estariam armazenadas. Segundo investigadores, na madrugada de treze de março,
três homens vestidos de policiais civis chegaram me Fiat Palio com placa
clonada a um conjunto residencial no Pechincha,em Jacarepaguá, onde mora a
sogra de Lessa. O síndico, que é militar, desconfiou do grupo e não permitiu a
entrada.
Contudo, no dia seguinte, um homem sozinho -
com as mesmas características descritas pelo pescador - conseguiu passar pela
portaria e foi até um apartamento, do qual saíu com uma caixa e uma mala.
Policiais da DH apareceram logo depois, mas nada encontraram no imóvel: havia
apenas jornais espalhados pelo chão. Sem
embargo, os agentes conseguiram pegar imagens de segurança, que registraram a
saída do suspeito.
Para a
DH, a mulher de Lessa teve envolvimento com a ação. Elaine, de acordo com
investigadores, determinou a retirada da mala e da caixa do apartamento no Pechincha. Se ficar provado
que coordenou o plano, supostamente a mando do marido, ela poderá responder por
obstrução de investigação de organização criminosa.
(
Fonte: O
Globo )
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