Segundo
afirmou, o Presidente Jair Bolsonaro tenciona indicar o filho, deputado
Eduardo Bolsonaro, para embaixador em Washington.
Para ministro
do Supremo, Marco Aurélio Mello, o caso em tela pode ser enqua-drado como nepotismo: "Sob a minha ótica, não
pode, é péssimo. Não acredito que o presidente Bolsonaro faça isso. Será um ato falho, um tiro no pé."
Em
2017, Marco Aurélio suspendeu a nomeação do filho do prefeito do Rio de
Janeiro, Marcelo Crivella, para o cargo de secretário.
Questionado,
Eduardo disse entender que a indicação seria política.
À
parte as informações acima, que têm origem em "O Estado de São Paulo",
a Folha nos fornece um tapete de
informes do atual círculo de poder no Planalto. Tampouco surpreendem
sinalizações que tal prática de designar filhos para Washington, só seja usual
com a Arábia Saudita.
Há tantos óbices para esse capricho do
Presidente, que à primeira vista semelha difícil a concretização de tal
propósito. Sobretudo, Bolsonaro parece esquecer que o Brasil tem um serviço
diplomático em que todos os diplomatas são submetidos a exames intelectuais
famosos pela sua dificuldade. Desde 1945 deixamos de ter funcionários
diplomáticos que entrassem na carreira, como antes se dizia, pela porta dos fundos. O resultado de tal política, apesar dos tempos
do PT no Itamaraty, assegurou que os padrões do Barão do Rio Branco pudessem, tutto
sommato, ser mantidos com a qualidade que, se não é igual àquela que
encontramos, continua em condições de relativa paridade com a de países mais
avançados.
Por
outro lado, não se pode calar que essa prática, jamais antes intentada, seria
ulterior prova de subdesenvolvimento, a que o Brasil, com tantos exemplos a
serem corrigidos, não careceria de recorrer, justamente em setor em que
dispomos de um instrumento se não perfeito, pelo menos em condições de
representar com veracidade e inegável
preparo a nossa Pátria.
(Fontes:
O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e 50 anos de carreira diplomática).
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