sexta-feira, 12 de julho de 2019

Bolsonaro pretende indicar filho para Washington


                 
        Segundo afirmou, o  Presidente Jair Bolsonaro tenciona indicar o filho, deputado Eduardo Bolsonaro, para embaixador em Washington.
       Para ministro do Supremo, Marco Aurélio Mello, o caso em tela pode ser enqua-drado como nepotismo: "Sob a minha ótica, não pode, é péssimo. Não acredito que o presidente Bolsonaro faça isso.  Será um ato falho, um tiro no pé."
        Em 2017, Marco Aurélio suspendeu a nomeação do filho do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, para o cargo de secretário.
        Questionado, Eduardo disse entender que a indicação seria política.
        À parte as informações acima, que têm origem em "O Estado de São Paulo", a Folha nos fornece um tapete de informes do atual círculo de poder no Planalto. Tampouco surpreendem sinalizações que tal prática de designar filhos para Washington, só seja usual com a Arábia Saudita.
         Há tantos óbices para esse capricho do Presidente, que à primeira vista semelha difícil a concretização de tal propósito. Sobretudo, Bolsonaro parece esquecer que o Brasil tem um serviço diplomático em que todos os diplomatas são submetidos a exames intelectuais famosos pela sua dificuldade. Desde 1945 deixamos de ter funcionários diplomáticos que entrassem na carreira, como antes se dizia, pela porta dos fundos.  O resultado de tal política, apesar dos tempos do PT no Itamaraty, assegurou que os padrões do Barão do Rio Branco pudessem, tutto sommato, ser mantidos com a qualidade que, se não é igual àquela que encontramos, continua em condições de relativa paridade com a de países mais avançados.  
        Por outro lado, não se pode calar que essa prática, jamais antes intentada, seria ulterior prova de subdesenvolvimento, a que o Brasil, com tantos exemplos a serem corrigidos, não careceria de recorrer, justamente em setor em que dispomos de um instrumento se não perfeito, pelo menos em condições de representar  com veracidade e inegável preparo a nossa Pátria.

(Fontes: O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e 50 anos  de carreira diplomática).                                     

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