Talvez por conta da longa
dominação vaticana dos Estados Pontifícios - que incluíam a cidade de Roma e o
Lazio, a que se seguiu a dita liberação
de Roma durante a reunificação da Itália, até hoje os italianos encaram com algum
disagio eventuais confusões entre
competências da Itália e do governo do Estado da Cidade do Vaticano, que é produto
dos acordos que datam do tempo de Pio XI e Mussolini.
Agora, a família de Emanuela
Orlandi, jovem desaparecida misteriosamente há trinta e seis anos em Roma, foi
convocada por autoridade da Santa Sé para participar da inspeção dos restos
mortais, que foram localizados ontem. treze de julho.
Segundo o Porta-voz da Santa
Sé, Alessandro Gisotti, as ossadas foram encontradas no porão do Collegio
Teutonico, que é um complexo de universidades vizinhas do território
vaticano.
Nessa busca por Emanuela -
que terá resultado dessa interminável investigação, a que não terão agilizado
os compreensíveis entraves burocráticos entre o Stato Città Vaticano e o Estado
laico italiano, a família da Orlandi, convocada para participar da inspeção dos
restos mortais, ontem localizados em ossadas existentes no porão do dito
Collegio Teutonico, após muitas buscas infrutíferas, inclusive na abertura de
duas tumbas, que estavam vazias.
É o mistério dos campos
santos, pelos quais os vivos passam com andar estugado, sobretudo se a noite já
caíu, e começam a insinuar-se nas compridas, nervosas sombras da solidão a
fértil imaginação que nasce do estólido silêncio do mármore e da por vezes
angustiante solidão dos mortos.
( Fontes: O Estado de
S. Paulo e a nervosa vivência que muitos associam aos cemitérios)
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