Esta
embarcação, que leva o nome do menino afogado no mar Jônico, pertence à
ONG alemã Sea Eye, e, com 65
migrantes a bordo, teve autorizada a sua entrada em águas territoriais de Malta.
Depois de negociações com países da União Europeia - e com a Alemanha em
particular - patrulhas maltesas recolheram os migrantes que estavam a bordo,
levando-os para terra firme. Contudo, o
navio não recebeu autorização para atracar.
O governo de Malta participou do esforço
de solução de mais esse problema que decorre da generalizada crise alimentar em
grande parte da África, sob a condição de que nenhum dos migrantes permaneça em
seu território. Dessarte, todas as
pessoas socorridas a bordo serão "redistribuídas para outros
Estados-membros da U.E.".
Ainda nesse quadro, as Forças Armadas de
Malta anunciaram haver socorrido no dia de ontem um grupo de 50 migrantes
quase-náufragos, eis que os infelizes estavam em embarcação que afundava na
zona oficial de resgate, atribuída à Malta.
O ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, disse que a RFA está
disposta a receber vários migrantes, "no âmbito de uma solução europeia de
solidariedade".
Do outro lado da rosa dos ventos, o
Ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, se empenha em sua luta contra as
ONGs de resgate a esses infelizes, refugiados da crise que assola a África, e
lhes nega acesso aos portos italianos.
Na última semana, dois barcos de ONGs atracaran na Ilha de Lampedusa, em
novo desafio a Salvini.
Nesse "desafio" da
miséria e da fome de um continente que tem parte manifestamente à deriva, o superministro do gabinete italiano pensa
poder lidar com o problema através de multas de até cinquenta mil euros,
cominadas contra o capitão, o operador, ou o proprietário de uma nave que entre
em águas itálianas sem autorização. Não é dessa maneira brutal que se pode
seriamente pensar estar contribuindo para solucionar crise que é apenas uma
esfarrapada metáfora da miséria e do desgoverno de regiões na África que exigem
ações mais sérias e mais humanas.
Entristece à gente de boa vontade,
que 59% dos italianos aprovem a decisão de Salvini de fechar os portos. Para
grandes problemas, como esse de uma vasta região à deriva, não será através da violência
inumana que se estará contribuindo para a sua solução. Um grande povo, como é o
italiano, não pode dar as costas a um continente em crise, como a Africa.
Na sua trajetória através da História, será sempre a mente que mostra a outrem esperança
e caminhos para a solução. Não é
através de nãos brutais e de dar as
costas aos problemas, que a península itálica assumiu a sua conhecida liderança
em enfrentar os desafios que eles
colocam para a humanidade. E é pensando nesta Humanidade,que se deve refletir
sobre o desafio que hoje coloca o povo africano. Ele carece de ser ajudado e não escanteado.
Ignorar um problema pode ser a melhor maneira de torná-lo insolúvel.
( Fonte: A.J. Toynbee )
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