Ataques aéreos do governo de Bashar
al-Assad, da Síria, e de aliados
(Rússia) destruíram escolas, hospitais,
mercados e até padarias, matando cerca
de 103 civis nos últimos dez dias, inclusive trazendo a morte a 26 crianças.
Esta informação consta do comunicado de Michelle
Bachelet, ex-presidente do Chile e atual diretora responsável pelo Departamento
de Direitos Humanos, das Nações Unidas.
Com o apoio da força aérea russa, o
governo sírio de al-Assad iniciara em
abril último, ulterior ofensiva contra enclave rebelde no noroeste da Síria
(Aleppo), onde estão localizadas as forças remanescentes de opositores ao
ditador Bashar al-Assad.
As Nações Unidas, ao invés de fazer
esse gênero de apelo ao ditador al-Assad, que parece prestes a retornar à 'sua'
capital Damasco, deveria através das forças que se opuseram a tal ditadura
sangrenta fazer um chamado por cessar-fogo que evite o bárbaro sacrifício de
crianças inocentes, e que procure estabelecer trégua para esse interminável conflito,
buscando criar condições para que cesse de imediato a matança em que notadamente
se empenham Bashar e as forças que o apóiam.
Só através de condições humanas - e
não da perseguição raivosa e odienta - que al-Assad pode pretender, no futuro, instaurar de volta a normalidade na Terra da Passagem.
Se o descendente da dinastia dos
al-Assad deseja criar normalidade nesse País, ele terá todo o interesse de aí
restabelecer uma existência civilizada,
sem raptos, sequestros, estupros nem expedições punitivas. Isso se Bashar
al-Assad valorize a volta da normalidade e a possibilidade de que todos possam
fruir de uma ambiência de tranquilidade e segurança, em que as escolas reabram,
em que os estudantes estudem e frequentem ginásios e academias, na esperança de
que o tempo das mortes súbitas e bárbaras, dos sequestros, e das prisões injustificadas
passem a ser restos de um passado que a todos servirá esquecer e superar. E,
dessarte, o próprio Bashar al-Assad poderá viajar pela própria terra, certo de
que não o espera alguma bomba enterrada, ataque de raivoso punhal, ou
traiçoeira emboscada. Será reabrir os
portões da Paz e não as negras cancelas de uma guerra desapiedada e, sobretudo,
imprevisível.
Será através da tolerância ao
outro, na existência de leis que criem condições para o Bem Público, será enfim a volta da Paz, que repele os
calabouços, os bombardeios e, sobretudo,
a Violência que só cuida do regaço em que ódio, vingança e morte irrompem com sua
face hedionda, senhores que são da desgraça e, sobretudo, da incerteza que
visita a todos aqueles que se voltam e se prostem diante da deusa violência
pensando dela conseguir outra coisa que o sorriso escarninho do deus Tánatos (1).
[i](Morte)
(Fonte:
O Estado de S. Paulo)
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