domingo, 28 de julho de 2019

Defender a Amazônia


                       

           O New York Times de hoje, domingo, 28 de julho, publica uma penosa verdade para a maioria dos brasileiros que não desconhecem o que realmente significa para o mundo - e não há exagero aqui - a Hiléia admirada através dos séculos por Humboldt e tantos outros cientistas e exploradores, evidenciando apreço e valorização que só cresceram com a conscientização da nossa floresta tropical equatorial, que é um verdadeiro pulmão para a Terra e a Humanidade, nesses anos difíceis em que o bicho homem não se cansa de pôr abaixo  grandes e portentosas florestas, como ocorreu na Malásia, na Africa do Norte, e agora o governo populista de Jair Bolsonaro, por razões que a razão desconhece se empenha em abater esse magnífico inferno verde, que até hoje se vem mal ou bem mantendo em favor desse mundo, vasto Mundo.

                 Por isso, a Europa (notadamente França e Alemanha) tem evidenciado a sua preocupação com as estranhas ideias do atual governo de Jair Bolsonaro. Até o diretor do INPE - instituto nacional de pesquisas espaciais - tem sido objeto de críticas do Palácio do Planalto (sede da presidência da república), por realizar bem o respectivo trabalho, que é o da eterna vigilância quanto aos sinais de ataque à essa Hiléia Amazônica (como a chamou Humboldt, que já no século XVIII se maravilhara com a sua riqueza em espécies vegetais).

                    Em um mundo antes  ignaro do potencial das grandes florestas de servirem contra a desertificação - e no estado do Pará a floresta amazônica é uma sombra do passado, dados os avanços da cúpida estupidez de empresas madeireiras, que apoiadas pela ignorância dos governantes de turno vão abatendo as portentosas florestas, e abrindo os vastos espaços desmatados, que militante ignorância devastadora  vai transformando em campos estéreis, a exemplo da Malásia, da África do Norte e de outras vítimas da estranha glutoneria que desbasta a própria riqueza florestal, enquanto lança as sólidas bases de miséria vegetal e humana, que deparamos nesses espaços em que se troca a riqueza do presente com a arenosa miséria de um futuro próximo.

                       O presidente Macron, da França, faz bem em enfatizar a relevância da floresta amazônica, que é um dos elos do Acordo de Paris. A eterna vigilância não é penhor apenas da democracia, mas também importa que seja exercida pelos líderes de outros Povos, que, deparando os desvios e os juízos de outrem, procuram agir em defesa da Hiléia Amazônica, e para tanto usando os instrumentos do diálogo e da persuasão.  É decerto minoritário o círculo de brasileiros que vêem com indiferença o ataque a esse grande patrimônio, que não é só nosso ( ainda que a nós compete defendê-lo contra os seus abatedores e também contra eventuais dirigentes que porventura desconheçam o valor dessa grande floresta, e que por motivos insondáveis acaso tentem voltar-se contra ela).
                             Países europeus, como a Alemanha e a França, entre outros, se vem empenhando em financiar o Fundo Amazônico, voltado para a preservação desse Tesouro da Humanidade. Cabe a nós brasileiros atuar com a persuasão, empenho, patriotismo e uma visão generosa da  Humanidade em geral, que esse filtro gigante. que essa maravilha para tantos exploradores (no bom sentido!) seja mantida e preservada, não seguindo o triste caminho da savana e da desertificação.

(a continuar).      

( Fontes: Humboldt, Carlos Drummond de Andrade, H. Sternberg)

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