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Líbia informou ontem, dia 26 de julho, haver recuperado os corpos de 62 imigrantes após o naufrágio
considerado a mais grave tragédia do ano
2019 no mar Mediterrâneo.
Por sua vez, a Organização Internacional de Migrações (OIM) declarou que
145 foram resgatadas com vida, e 110 ainda estão desaparecidos. Segundo
outra fonte, a Marinha líbia reportou que 134
pessoas tinham sobrevivido, e 115 estavam
desaparecidas.
Conforme observou o alto-comissário das Nações Unidas para refugiados,
Filippe Grandi,se todos estiverem mortos será "a pior tragédia no
Mediterrâneo neste ano." O
naufrágio ocorreu perto da cidade Líbia
de Khoms, 120 km a leste da capital Tripoli,afirmou Safa Msehli, oficial de
comunicações do escritório da OIM na Líbia.
Este país mergulhou a partir de 2011 no caos, em que as milícias exercem o
poder, inexistindo na prática um poder central. Depois da revolução que
derrubou Kadaffi - e a sua inglória morte quando homiziado em uma espécie de
esconderijo - o país está desde então mergulhado na desordem, ou melhor na
anarquia, que na sua etimologia registra a realidade sobre a Líbia hodierna,
que virou um estado fracassado, à deriva, sem um poder central e segmentado por
milícias que através de tiranetes exercem um controle local.
Os migrantes resgatados são, na sua maioria, originários da Eritreia. No
entanto, entre eles há também palestinos
e sudaneses, segundo informação da Marinha líbica. De acordo com
sobreviventes, menos de duas horas
depois da partida, na noite de quarta-feira, dia dezessete - um número de mau agouro para os italianos - a embarcação se encheu de água e o
motor parou. Mais uma tragédia africana, com a sólita e pesada participação
local, ao fornecer embarcação no limite da respectiva capacidade de singrar o
mar Mediterrâneo, com a sua carga de infelizes que desta feita não terão de
lidar com o triúnviro Matteo Salvini.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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