sábado, 27 de julho de 2019

O pior naufrágio de 2019 na costa da Líbia ?


                        
         A Líbia informou ontem, dia 26 de julho, haver recuperado os corpos de 62 imigrantes após o naufrágio considerado  a mais grave tragédia do ano 2019 no mar Mediterrâneo.
              Por sua vez, a Organização Internacional de Migrações (OIM) declarou que 145 foram resgatadas com vida, e 110 ainda estão desaparecidos. Segundo outra fonte, a Marinha líbia reportou que 134 pessoas tinham sobrevivido, e 115 estavam desaparecidas.

                Conforme observou o alto-comissário das Nações Unidas para refugiados, Filippe Grandi,se todos estiverem mortos será "a pior tragédia no Mediterrâneo neste ano."   O naufrágio ocorreu perto  da cidade Líbia de Khoms, 120 km a leste da capital Tripoli,afirmou Safa Msehli, oficial de comunicações do escritório da OIM na Líbia. Este país mergulhou a partir de 2011 no caos, em que as milícias exercem o poder, inexistindo na prática um poder central. Depois da revolução que derrubou Kadaffi - e a sua inglória morte quando homiziado em uma espécie de esconderijo - o país está desde então mergulhado na desordem, ou melhor na anarquia, que na sua etimologia registra a realidade sobre a Líbia hodierna, que virou um estado fracassado, à deriva, sem um poder central e segmentado por milícias que através de tiranetes  exercem um controle local.

                   Os migrantes resgatados são, na sua maioria, originários da Eritreia. No entanto,  entre eles há também palestinos e sudaneses, segundo informação da Marinha líbica. De acordo com sobreviventes,  menos de duas horas depois da partida, na noite de quarta-feira, dia dezessete - um número de mau agouro para os italianos - a embarcação se encheu de água e o motor parou. Mais uma tragédia africana, com a sólita e pesada participação local, ao fornecer embarcação no limite da respectiva capacidade de singrar o mar Mediterrâneo, com a sua carga de infelizes que desta feita não terão de lidar com o triúnviro Matteo Salvini.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )        

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