As
Forças Armadas dos Estados Unidos acusaram, ontem, 21 de julho, a Venezuela de
enviar um de seus caças para perseguir avião militar americano em espaço aéreo internacional.
Por sua vez, o governo Maduro atribui aos americanos a suposta culpa
pelo incidente, ao afirmar que a aeronave, um EP-3, capaz de missões de
reconhecimento e inteligência, interferiu no espaço aéreo da Aeroporto
Internacional de Maiquetia, que serve Caracas.
O incidente teria ocorrido na sexta-feira,
dia dezenove de julho, no mesmo dia em que Washington estabeleceu novas sanções
a autoridades militares venezuelanas.
Em comunicado, as Forças Armadas dos EUA informaram que determinaram que
"a aeronave de produção russa sobrevoou agressivamente o avião EP-3 (Aries II), a uma distância insegura em espaço aéreo internacional
por um período de tempo prolongado, colocando em risco a segurança da
tripulação e prejudicando a missão do EP-3". A aeronave venezuelana, de
produção russa, é um caça Sukhoi-30
Flanker.
Já a Venezuela diz que a aeronave americana teria ingressado no espaço
aéreo venezuelano sem notificar as autoridades aeronáuticas. Segundo a versão
venezuelana, a aeronave de inteligência EP-3 foi detectada ainda na manhã de
quinta-feira , 18 de julho por sistemas de defesa "na região de informação
de vôo da Venezuela, violando a segurança das operações aéreas e tratados
internacionais", segundo comunicado do Comando Estratégico Operacional das
Forças Armadas (CEOFANB).
Assim, a aeronave americana foi obrigada a abandonar a área após ser interceptada por dois aviões militares venezuelanos. Apesar do ocorrido, os
aviões não colidiram e não há feridos.
Documento
divulgado pelas Forças Armadas venezuelanas aponta que 76 incidentes similares
foram registrados em 2019, o que foi classificado pelo governo Maduro como "uma
provocação".
Ainda no comunicado
americano, as Forças Armadas do presidente Donald Trump criticaram a
administração de Nicolás Maduro. O
regime chavista sofre sanções dos EUA,
que não reconhece a reeleição de Maduro em 2018, e considera o líder da
Assembleia Nacional e auto-proclamado presidente, Juan Guaidó,o governante da
Venezuela.
Esse procedimento
aéreo foi objeto de críticas de Washington.
"O regime Maduro continua a minar leis internacionalmente
reconhecidas e demonstra seu desprezo a acordos internacionais que autorizam os
EUA e outras nações a conduzir vôos de maneira segura em espaço aéreo
internacional."
A Federação Russa
também foi alvo de críticas. O presidente Vladimir Putin é o principal financiador
do regime chavista, entre outras medidas, fornece equipamentos e mão de obra
militar russa a Maduro. Em março e em junho de 2019, aviões militares russos
pousaram no aeroporto de Caracas, com cargas militares e funcionários.
Para os Estados
Unidos, a proximidade entre as aeronaves "demonstra o apoio militar
irresponsável da Rússia ao regime ilegítimo de Maduro."
Com o
agravamento da crise econômica venezuelana, a falta de re-cursos para a manutenção de caças da Força Aérea
aumentou. Parte da frota de Sukhoi,
comprada ainda na época de Hugo Chávez, está no chão. Desde o começo de 2019, o
governo da Rússia mandou equipes de especialistas militares à Venezuela ao
menos por duas vezes.
Especialistas em defesa acreditam
que eles foram incumbidos de reparos no material belico venezuelano, produzido
em sua maior parte na Rússia, e de treinar militares venezuelanos.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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