segunda-feira, 22 de julho de 2019

Estranho incidente aéreo em Espaço internacional


                     
        As Forças Armadas dos Estados Unidos acusaram, ontem, 21 de julho, a Venezuela de enviar um de seus caças para perseguir avião militar americano em espaço aéreo  internacional.
             Por sua vez, o governo Maduro atribui aos americanos a suposta culpa pelo incidente, ao afirmar que a aeronave, um EP-3, capaz de missões de reconhecimento e inteligência, interferiu no espaço aéreo da Aeroporto Internacional de Maiquetia, que serve Caracas.
               O incidente teria ocorrido na sexta-feira, dia dezenove de julho, no mesmo dia em que Washington estabeleceu novas sanções a autoridades militares venezuelanas.
                Em comunicado, as Forças Armadas dos EUA informaram que determinaram que "a aeronave de produção russa sobrevoou agressivamente o avião EP-3 (Aries II), a uma distância insegura em espaço aéreo internacional por um período de tempo prolongado, colocando em risco a segurança da tripulação e prejudicando a missão do EP-3". A aeronave venezuelana, de produção russa, é um caça Sukhoi-30 Flanker.
                  Já a Venezuela diz que a aeronave americana teria ingressado no espaço aéreo venezuelano sem notificar as autoridades aeronáuticas. Segundo a versão venezuelana, a aeronave de inteligência EP-3 foi detectada ainda na manhã de quinta-feira , 18 de julho por sistemas de defesa "na região de informação de vôo da Venezuela, violando a segurança das operações aéreas e tratados internacionais", segundo comunicado do Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas (CEOFANB).
                     Assim, a aeronave americana foi obrigada a abandonar a área após ser interceptada por dois aviões militares venezuelanos. Apesar do ocorrido, os aviões não colidiram  e não há feridos.
                        Documento divulgado pelas Forças Armadas venezuelanas aponta que 76 incidentes similares foram registrados em 2019, o que foi classificado  pelo governo Maduro como "uma provocação".
                         Ainda no comunicado americano, as Forças Armadas do presidente Donald Trump criticaram a administração de Nicolás Maduro.  O regime chavista sofre sanções  dos EUA, que não reconhece a reeleição de Maduro em 2018, e considera o líder da Assembleia Nacional e auto-proclamado presidente, Juan Guaidó,o governante da Venezuela.                        
                           Esse procedimento aéreo foi objeto de críticas de Washington.  "O regime Maduro continua a minar leis internacionalmente reconhecidas e demonstra seu desprezo a acordos internacionais que autorizam os EUA e outras nações a conduzir vôos de maneira segura em espaço aéreo internacional."
                           A Federação Russa também foi alvo de críticas. O presidente Vladimir Putin é o principal financiador do regime chavista, entre outras medidas, fornece equipamentos e mão de obra militar russa a Maduro. Em março e em junho de 2019, aviões militares russos pousaram no aeroporto de Caracas, com cargas militares e funcionários.
                              Para os Estados Unidos, a proximidade entre as aeronaves "demonstra o apoio militar irresponsável da Rússia ao regime ilegítimo de Maduro."
                               Com o agravamento da crise econômica venezuelana, a falta de re-cursos  para a manutenção de caças da Força Aérea aumentou.  Parte da frota de Sukhoi, comprada ainda na época de Hugo Chávez, está no chão. Desde o começo de 2019, o governo da Rússia mandou equipes de especialistas militares à Venezuela ao menos por duas vezes.
                                   Especialistas em defesa acreditam que eles foram incumbidos de reparos no material belico venezuelano, produzido em sua maior parte na Rússia, e de treinar militares venezuelanos.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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