sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Violência nas Eleições

                                

        Chocou o país - se tal ainda é possivel - o brutal assassinato de Zé Gomes,  candidato a prefeito pelo PTB da cidade goiana de Itumbiara.
        O autor dos disparos  - que também feriram o vice-governador do Estado, José Eliton (PSDB) - foi o funcionário público  Gilberto do Amaral, logo em seguida também abatido, no tiroteio subsequente com a polícia.
         A violência no processo eleitoral brasileiro é inquietante presença - que não parece fazer jus da sociedade e da mídia tanto a atenção, quanto as providências de que é manifestamente carente.
          O Ministro Gilmar Mendes - presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e membro efetivo do Supremo Tribunal Federal)  - qualificou de "chocante" o episódio.
          Nesse sentido, o presidente do TSE contactou o Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e encareceu agilidade na apuração do grave atentado.
           A violência no processo político eleitoral é realidade que, muita vez, se vê empurrada para as páginas internas e as letras miúdas dos periódicos.  Careceria, contudo, de ser contextualizada na sua preocupante frequência, eis que desde junho de 2016, 45 pré-candidatos ou candidatos foram objeto de ataques por arma de fogo, sendo que 28 deles perderam a vida.
            Consoante o professor de direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV),  Michael Mohallen, o nosso país sempre foi marcado pela violência no período pré-eleições. Uma das teses disponíveis, seria a da involução para o campo criminal.  Segundo os seus adeptos,  nesse momento de escolha de representantes nos poderes executivo e legislativo,  grupos criminosos se serviriam de políticos como meios para tentar ampliar suas redes de influência e poder.
              Tampouco se deveria esquecer quanto  às características desse processo e a sua intrínseca possibilidade de  empurrar, sob determinadas circunstâncias, os grupos em disputa para a radicalização. Tal involução, no entanto, dependerá necessariamente das condições locais, das características da sociedade  e de sua eventual inclinação para o recurso à violência.



(Fonte:  Folha de S. Paulo)

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