quarta-feira, 14 de setembro de 2016

A Delação de Léo Pinheiro

  
                              

          Segundo estampa o Estadão na manchete principal,  em sua refeita delação,  Léo Pinheiro - i.e., José Adelmário Pinheiro - ex-presidente da OAS acabou por admitir ao juiz federal Sérgio Moro ter pago propinas para abafar a CPI mista da Petrobrás, em 2014.
          Nesse sentido, Léo Pinheiro disse que repassou ao PMDB R$ 2,5 milhões - sendo R$ 1,5 milhão pelo caixa 2 - e que o petista Ricardo Berzoini, então ministro de Relações Institucionais de Dilma Rousseff, participara de reunião em que teria sido tratado o acerto para impedir o avanço das investigações da CPI.
           O empreiteiro afirmou ter sido extorquido pelos então ex-senadores Gim Argello (PTB-DF) e Vital do Rego (PMDB-PB) - que eram vice e presidente, respectivamente, da CPI - e pelo ex-ministro de Dilma, Ricardo Berzoini.
           Mas não ficou só nisso. Léo Pinheiro  completou que foi ainda procurado na época  pelo deputado Marco Maia (PT-RS), que era o relator da dita Comissão Parlamentar de Inquérito, que veio pedir-lhe "contribuição de R$ 1 milhão" para "proteger"  a  OAS no relatório final da citada comissão parlamentar.
          Por conseguinte, segundo noticia o Estado de S. Paulo, o empreiteiro Léo Pinheiro afirmou ao juiz responsável pela Lava-Jato na primeira instância, Sérgio Moro, haver-se ter sentido extorquido pelos então senadores Gim Argello e  Vital do Rego, e pelo ex-Ministro de Dilma, Ricardo Berzoini (Relações Institucionais).
           Na mesma linha relativa à alegada extorsão, Léo Pinheiro  foi igualmente procurado nessa época pelo deputado Marco Maia, que era o relator da CPI, e que lhe pediu "uma contribuição de R$ 1 milhão" para "proteger" a OAS no relatório final da comissão.
            É de assinalar-se que tanto Léo Pinheiro, quanto Gim Argello são réus em ação penal  que tramita em Curitiba. Ambos estão presos preventivamente.
               Já Vital do Rego, hoje ministro do TCU, é investigado em inquérito no Supremo Tribunal Federal. Por sua vez, Berzoini não é alvo de processo.
               Léo Pinheiro disse que foi chamado para um almoço na casa de Gim Argello, no qual estava Vital do Rego e executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez.  Já em um segundo encontro, sempre de acordo com Léo Pinheiro,  ele foi convocado para reunião na casa de Gim Argello, e lá estava o Senador Vital do Rego e para surpresa do depoente Leo Pinheiro, também o ministro das Relações Institucionais do Governo Dilma Rousseff, i.e. Ricardo Berzoini. Consoante declarou Pinheiro "eu fiquei surpreso".
                Segundo o depoimento de Leo Pinheiro: "O ministro relatou que era uma preocupação muito grande do governo da presidenta Dilma o desenrolar dessa CPMI e gostaria que as empresas pudessem colaborar, o  quanto possível, para que essas investigações não tivessem uma coisa que prejudicasse o governo."
                 Por fim, sobre o ex-Presidente da Câmara dos Deputados, o Deputado Marco Maia (PT/RS), o empreiteiro Léo Pinheiro disse que Maia o procurou naquele ano para cobrar propina em troca de proteção na comissão. "Ele teve uma conversa comigo, que podia ajudar porque o relatório é fruto de um trabalho investigativo feito durante o período, e o relatório final é que é votado.  Então ele teria condições de ajudar no sentido de proteger nossa empresa."
                 Deve ser sublinhado, por fim, que é a primeira vez na Lava Jato  que Leo Pinheiro confessa crimes na Petrobrás.  Assinale-se que ele já foi condenado em outra ação penal da operação Lava Jato a dezesseis anos de prisão.


( Fonte:  O  Estado de S. Paulo )

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