segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Manifestação contra Temer

                              

       Não foi assim tão pequeno o protesto em São Paulo contra o impeachment. Só mesmo com galhofas se poderia tratar a assertiva de Temer para ouvidos chineses de que os atos reuniam quarenta pessoas.
       De qualquer forma, a de ontem foi a maior de todas. A propósito, a que diabo serve a atual orientação das PMs de se negarem a fazer estimativas quanto ao número de manifestantes ?
       Essa omissão em seu trabalho - pois a contagem aproximada da acorrência de público está nas atribuições das polícias locais - só joga confusão em questão que é polêmica por natureza.  Quererá a P.M. que o público fique no escuro quanto à real presença de público?  Tampouco faz sentido deixar tais avaliações para os dirigentes das referidas concentrações...
        Enquanto estes apresentarão totais desprovidos de qualquer credibilidade, a falta da avaliação da P.M. só joga mais confusão nesta matéria.  Passa-se à uma ridícula disputa entre os que magnificam por interesse próprio (os organizadores dos atos de protesto), e os que minimizam o vulto da concentração (os seus eventuais opositores).
        A P.M. como representante da autoridade estatal não pode e nem deve subtrair-se a tal responsabilidade. Ela é, nesta tarefa, a representante do Povo soberano. O que ele quer saber é apenas a verdade, ou o que dela esteja mais próximo.
         Tenho visto com consternação que tal omissão das PMs estaduais parece estar fazendo escola. Isto seria lamentável, e na verdade não aproveita a ninguém. Ou os organizadores dessas concentrações pensam que o público, seja assistente ou não,  se satisfará com esses abstrusos totais inchados das entidades diretamente interessadas, vale dizer, os organizadores do ato,  ou então com o reducionismo desvairado, na versão Michel Temer, que é também  maneira de retirar qualquer seriedade à visão dita oficial, seja ela qual for?


( Fonte: Folha de S. Paulo )    

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