O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, às vésperas de sua viagem para o vizinho Afeganistão, onde se entrevistará com o Presidente Hamid Karzai, julgou oportuno proferir mais um de seus paradoxos.
Com efeito, dele já é amplamente conhecido o absurdo de sua negação do Holocausto e, por conseguinte, da morte de seis milhões de judeus, vitimados por Adolf Hitler e o regime nazista.
Dentro dessa linha esquizofrênica, sem qualquer compromisso, seja com a verdade histórica, seja com qualquer resquício de decência, Ahmadinejad, o presidente reeleito fraudulentamente em junho passado, e solícito auxiliar na teocracia iraniana do Supremo Líder Ayatollah Ali Khamenei, volta a bater na tecla das despejadas denúncias, cuja única característica comum é a total falta de fundamento e, por conseguinte, renovado acinte à inteligência de seus ouvintes.
Agora, Ahmadinejad afirma que os ataques terroristas de onze de setembro de 2001 são uma “ grande mentira”, que “se destinou a preparar o caminho para a invasão de nação dilacerada pela guerra”.
Dentro dessa lógica tresloucada, que mais parece sair de algum hospício, os ataques contra as Torres gêmeas representariam “pretexto para combater o terrorismo e colocar as bases para o envio de tropas para o Afeganistão”.
Tais salvas na mitômana artilharia do senhor Mahmoud Ahmadinejad se destinariam acaso, segundo o peculiar entendimento do presidente iraniano, para criar o necessário ambiente para a sua visita ao presidente Hamid Karzai, a realizar-se no correr desta semana ?
De qualquer forma, a agenda e o desenvolvimento dessa visita colocam questões que são da alçada de Karzai. Dependente da aliança ocidental, liderada pelos Estados Unidos, o presidente afegão terá de desenvolver malabarismos com vistas a lidar com tais despautérios no contexto da visita.
Figura de proa de um regime que para intimidar a crescente contestação interna não trepida em enforcar estudantes culpados de manifestar-se em praça pública, Ahmadinejad não semelha o interlocutor de presidente com largo trânsito junto aos principais líderes mundiais.
Envolver o Brasil em tratos e acordos com um regime pária da comunidade internacional e ainda por cima visitar-lhe a capital em maio próximo não se coaduna com os princípios e a tradição da diplomacia brasileira. Defender as vantagens do diálogo com tais personagens, faz lembrar personalidades do entre-guerras que julgavam oportuno bater à porta da Chancelaria alemã, acreditando possível evitar o conflito mundial, apelando para o bom senso de Adolf Hitler. Todos sabemos como terminou essa estória.
Depois de uma tragédia conhecida, somente os ignorantes estão destinados a repeti-la como farsa. Ainda é tempo de que pessoas com conhecimento e juízo demovam nosso Presidente de tão insensato propósito.
( Fonte: CNN )
segunda-feira, 8 de março de 2010
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