Lula e os abusos chavistas
As atitudes ambivalentes do governo brasileiro já lhe estão valendo críticas de parte de jornalistas sul-americanos. Se é uma página a ser virada – e depressa – a confrangedora cena do Presidente Lula a confraternizar com a diarquia cubana – Fidel e Raul Castro -, enquanto em algum nefando cárcere falecia o operário e opositor de consciência Orlando Zapata, merecem redobrada atenção as censuras da oposição democrática em Venezuela, Equador e Argentina com a omissão do governo brasileiro.
Foi com constrangimento que o Ministro das Comunicações, Hélio Costa ouviu as críticas dos jornalistas sul-americanos. Nesse sentido, apressou-se em dizer que o governo federal não aprovará mecanismos de controle social dos meios de comunicação. A fortiori, descartou a adoção de medidas de controle propostas pelo controverso Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH 3), a exemplo de cancelamento de concessão de emissoras, segundo a cartilha chavista (já em processo de aplicação por Rafael Correa, no Equador, e pelos Kirchner, na Argentina).
No mesmo diapasão do bom senso, o Deputado Antonio Palocci manifestou a própria discordância desse Plano Nacional de Direitos Humanos 3, no que tange a comunicações. Para ele, não há necessidade de órgão para fazer com que a mídia cumpra a Constituição. E, se preciso fosse, recordou que a Constituição brasileira já fala do respeito aos direitos humanos. É dispensável, portanto, a criação de órgão “para ver se a imprensa está cumprindo as regras. Um jornal ou um jornalista estão subordinados à lei.”
É lamentável que tenhamos de ouvir críticas estrangeiras à política lulista de silêncio diante da violação de direitos humanos e da liberdade de expressão na América Latina. Bons negócios e supostas origens ideológicas comuns não podem justificar o mutismo de conveniência, que na verdade trabalha contra a democracia latino-americana e a favor do arrochos dos regimes das democracias adjetivadas ou das escrachadas ditaduras.
O Governo Sérgio Cabral e a vergonha do Metrô
Por segunda vez, em menos de uma semana, verifica-se pane no sistema de ar comprimido dos trens do metrô. Parou composição que seguia da Pavuna para Botafogo pela linha 1-A, em torno das 8:45hs, entre as estações de São Cristovão e Central do Brasil. Feitos os reparos de emergência, os passageiros desembarcaram na Central, após quase uma hora. Em consequência deste problema, toda linha 2 começou a registrar atrasos, que só foram sanados no correr da manhã.
Além disso, os passageiros continuam a reclamar da superlotação dos vagões e do ar condicionado. Muitos chegaram a passar mal, sendo que mulher grávida teve de ser socorrida pelos bombeiros quando chegou a Central.
Por sua vez, a Agetransp informou que decidirá (sic) hoje se abre ou não um procedimento regulatório para investigar a nova pane no metrô. Se tal procedimento for efetivado, será o quarto aberto pela Agência desde dezembro, quando a Metrô Rio principiou a operar a linha 1-A.
Estranhamente, tais processos se acham ainda em fase de instrução, e serão apreciados em sessão regulatória. Existe, contudo, um pequeno detalhe: a data da aludida sessão regulatória ainda não foi marcada. Com a usual flexibilidade, a Agetransp aguarda ainda o fim do período de quinze dias dado à concessionária para “encontrar soluções para os problemas operacionais da linha 1-A. O prazo se encerra no dia dez de março.”
Por seu lado, o Deputado estadual Alessandro Molon (PT) continua a aguardar a decisão da Justiça para instaurar CPI na Alerj, com o escopo de apurar o funcionamento do Metrô.
Mas o compasso de espera não para por aí. O Ministério Público Estadual, em ação proposta a dezenove de fevereiro, perante a 6ª. Vara Empresarial – com pedido de liminar – em que o MP pede a retomada da baldeação no Estácio até que a conexão Pavuna-Botafogo apresente condições satisfatórias de operação. Também nesse capítulo nenhuma providência foi tomada.
A par disso, o descalabro que se sucedeu à festiva inauguração da estação General Osório – com presença inclusive do Presidente da República – se reflete em ação trabalhista por iniciativa do Sindicato dos Metroviários do Rio. Por considerar que os funcionários do Metrô tem sofrido agressões verbais ( e mesmo físicas ) de parte dos usuários exasperados pelas condições de funcionamento do metrô. Dentre as alegações do sindicato, se assinala que a Metrô Rio trabalha com a metade dos maquinistas que seriam necessários para a devida operação das linhas. Hoje são 210 pilotos ao invés dos quatrocentos que a boa administração exigiria.
O usuário do metrô – dada a publicidade do Governo estadual ao ensejo da recente inauguração da estação em Ipanema – se animara com a perspectiva de dispor de meio de transporte rápido, confortável e seguro, ligando a Baixada fluminense à Zona Sul do Rio.
Infelizmente, o metrô mais se parece com transporte ferroviário de terceira classe, não sendo nem confortável, nem rápido. Há fundados temores quanto a sua segurança.
A despeito de todos os reclamos das autoridades ditas competentes, até o momento nada mudou. O Governo do Estado continua silencioso. A Agetransp mantém a sua característica omissão. Anunciam-se providências na Assembleia Legislativa, no Ministério Público e na Justiça. O anúncio dessas providências até o presente não alterou em um iota a situação do usuário.
Em verdade, há uma correção a fazer. Ao invés de melhorar, a situação do usuário do Metrô piorou e muito !
( Fonte: O Globo )
terça-feira, 2 de março de 2010
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Um comentário:
Cabral já deve estar dando a devida atenção ao caso.
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