domingo, 7 de março de 2010

Colcha de Retalhos XL

João Vaccari, o Tesoureiro do PT

A revista VEJA desta semana traz reportagem de capa sobre o homem que deverá ser o tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff à presidência de república. O Ministério Público de São Paulo, depois de quase três anos de investigação, entrou na Justiça contra o chamado esquema Bancoop.
É a sigla para Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo. Criada com a promessa de entregar imóveis 40% mais baratos do que os do mercado, na verdade a Bancoop se transformou em um cruel embuste para quatrocentas famílias que movem processos contra essa cooperativa. Assim, ao invés de receber os imóveis, mesmo depois de quitar o seu valor integral, passavar a ver as prestações se multiplicarem, a ponto de levar os adquirentes à ruina.
Segundo a acusação “a Bancoop é hoje uma organização criminosa cuja função principal é captar recursos para o caixa dois do PT e que ajudou a financiar inclusive a campanha de Lula à Presidência em 2002”.
Nesta sexta-feira, o promotor José Carlos Blat pediu à Justiça o bloqueio das contas da Bancoop e a quebra do sigilo bancário daquele que considera ser o principal responsável pelo esquema de desvio de dinheiro da cooperativa. Trata-se do antigo diretor-financeiro da Bancoop e seu ex-presidente, João Vaccari Neto, que, pela designação a tesoureiro do PT deverá ser encarregado das contas da campanha de Dilma.
Há muitos dados e pormenores de o que foi praticado dentro do esquema Bancoop que passarão agora a ser examinados nos juízos competentes da Fazenda pública.
No caso Bancoop, desde já é importante assinalar o caráter antiético e a especial falta de princípios, mesmo no contexto de um esquema fraudulento. Pois o propósito dessa vigarice era o de explorar contribuintes sindicais que julgavam destinar suas suadas economias à aquisição de um imóvel próprio. Sem o saber, compravam a própria ruina.


O Mercado Imobiliário Chinês
O apartamento duplex à venda está cotado a US$ 45 milhões (trezentos milhões renminbi, em moeda chinesa). O boom imobiliário chinês continua, alimentado por salgados preços como o acima referido. Segundo a incorporadora, encontram-se compradores a tais níveis, a ponto de serem vendidos durante um mês três a quatro apartamentos nesses altos valores.
A evolução do mercado imobiliário é seguida com preocupação até pelas autoridades de Beijing. Tendo em vista os precedentes, existem temores de que o boom imobiliário se transforme de repente em uma gigantesca bolha, o que acarretaria enormes prejuízos não só para a China, mas também para o restante do mundo.
A economia chinesa se tem caracterizado como aquela que, dentre as de maior peso, é a que cresce mais rápido, e nesse sentido muito tem contribuído para afastar o restante do mundo da recessão causada pela crise financeira mundial.
A progressão do mercado imobiliário, pelos preços praticados, e a especulação desenfreada – que se fundamenta no cálculo de que as cotações continuarão a crescer – leva muitos analistas a temerem o surgimento de imensa bolha. Em 2009 a propriedade residencial na China alcançou o preço total de 556 bilhões de dólares, aumento de 80% sobre o ano anterior.
Apesar das continuadas compras e a consequente elevação dos preços, o mercado continua otimista. Assinale-se que o metro quadrado nos distritos mais requestados de Shangai vale cerca de US$ 25 mil, enquanto em Manhattan apartamentos de luxo são vendidos por US$ 20 mil o metro quadrado.

Grécia – o homem doente da Europa ?
A demanda pelo lançamento de obrigações com o prazo de dez anos pela Grécia superou a oferta, na emissão de cinco bilhões de euros (ou 6.8 bilhões de dólares). Tal desenvolvimento constitui uma boa notícia para a República Helênica, o que, de certo modo, torna a sua posição creditícia menos precária no curto prazo.
Pelas circunstâncias que o cercaram, no entanto,o Tesouro grego se compromete a pagar uma taxa de juros assaz salgada – 6.37 % a.a. Este juro, se é inferior aos 7% que os investidores exigiam como compensação para o risco de adquirir títulos da dívida grega, corresponde a mais do dobro do que os inversores pagam pelos títulos alemães, os mais valorizados na União Europeia.
Petros Christodoulou, o novo chefe da agência de gerenciamento da dívida, considerou a colocação dos títulos “um negócio muito, muito bom”. E observou: “Tomamos uma série de medidas muito duras que foram chocantes para muitos gregos, mas que nos habilitaram a recuperar a credibilidade junto aos mercados.”
O Primeiro Ministro, George A. Papandreou, que viajou para Berlim a fim de encontrar-se com a Chanceler Angela Merkel, anunciou que não esperava nenhuma contribuição em dinheiro de parte da Alemanha, para a recuperação da situação financeira da Grécia.
Ao melhorar a situação grega, com a captação dos recursos da emissão de títulos, além das medidas impopulares, porém indispensáveis, para sanear as finanças helênicas, Atenas mostra a outros países europeus em posição difícil – como Espanha e Portugal – o que deve ser feito para evitar potenciais ataques especulativos contra a respectiva economia.
Enfatizou-se, outrossim, que a maior parte dos adquirentes (75%) dos títulos da dívida grega são fundos de pensão e companhias de seguro, sediados na Europa, Estados Unidos e Asia, outra indicação positiva para a Grécia por serem inversores a longo prazo e que evitam riscos maiores.
O Governo grego tenciona empregar o rendimento da emissão para atender aos compromissos da dívida, devidos nos próximos meses. Não está descartada a possibilidade de que voltem ao mercado, com nova emissão de obrigações.

( Fontes: Veja e International Herald Tribune)

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