quinta-feira, 23 de julho de 2020

Sem Isolamento crise dura dois anos!


                              Sem isolamento crise dura 2 anos!

        Franz Kafka, o genial escritor austro-húngaro (1883-1924) nos introduziu às histórias fantásticas, a ponto de que o próprio sobrenome passa a designar um mundo estranho e fora do comum (ambiente kafkiano).
           Por decisão presidente Jair Bolsonaro o Ministério da Saúde, depois de ter à frente dois médicos (Mandetta, este com sucesso, e Teich, apagado) passou a ter à testa um interino, militar (esfera logística) Eduardo Pazuello, com grau de general.
            Como se a crise médico-social não fosse suficiente, desabilitou-se, na prática, a instância oficial que, por razão de ofício, deveria ocupar-se desse magno desafio. Enquanto o presidente Bolsonaro não se serve, por decisão própria, da assessoria médica e especializada da Saúde, que é entregue a um oficial-general leigo no assunto,  o que no tempo de Getúlio Vargas se chamava de Chefe da Nação, agora repousa da covid 19 que parece lhe foi repassada como se fora castigo, depois de seu  estentórico E daí?! ,  que tem ares de interjeição, mas na verdade nos chega  paramentado de sarcástica cobrança, como se o número de óbitos se lhe afigurasse irrelevante.
            Consoante nos avisa O Estado de S. Paulo, técnicos do comitê do Coronavírus no Ministério da Saúde alertaram o ministro interino Pazuello em reunião a 25 de maio que, sem medidas de isolamento social, os impactos da Covid 19 serão sentidos por até dois anos.
             Nesses termos, segundo ata da reunião do COE (Comitê de Opera-ções de Emergência) todas as pesquisas levavam a crer que o distancia-mento é "favorável" inclusive para a recuperação mais rápida da economia. "Sem intervenção, esgotamos UTIs, os picos vão aumentar descontrolada-mente, levando insegurança à população, que vai se recolher mesmo com tudo funcionando,o que geraria um desgaste maior ou igual ao isolamento na economia", afirmaram os técnicos.
                No mesmo documento, o COE discute a criação de um aplicativo para monitorar pacientes da Covid-19 e até dez pessoas que tiveram contato com o indivíduo infectado, ideia essa que não saíu do papel.
                   Auditoria do TCU aponta que até  25 de junho, o Ministério gastou apenas cerca de  30% dos R$ 38,9 bilhões reservados para o comba-te  à pandemia. Técnicos afirmam  não ter logrado identificar a estratégia de compras, logística, distribuição de insumos e os "critérios para transferência de recursos."  Consoante os técnicos, sem medidas de isolamento social, os impactos da doença serão sentidos por até dois anos.
                      Dessarte, segundo a equipe da Saúde, "todas as pesquisas levam a crer que o distanciamento (social) é favorável, até mesmo para o retorno da economia mais rápido.
                       Sem intervenção, esgotamos UTIs, os picos vão aumentar descontroladamente, levando insegurança à população que se vai recolher mesmo com tudo funcionando, o que geraria um desgaste maior ou igual ao isolamento na economia", afirmam técnicos da Pasta. 
                        "Sem isolamento, um tempo muito grande de um a dois anos para controlarmos a situação", é o que informa a ata de reunião ocorrida em 25 de maio no Ministério da Saúde.
                            No mesmo documento, o comitê discute a criação de um aplicativo para monitorar pacientes da Covid-19 e até dez pessoas que tiveram contato com a pessoa infectada (isso nunca saíu do papel).
                             Para Paulo Lotufo, professor de epidemiologia da USP, o distanciamento social se provou eficaz em diversos países, inclusive Brasil. "Veja na cidade de S. Paulo. Conseguimos ter um número de mortos bem abaixo de outros locais. Em Manaus, foi uma catástrofe.". Nesse contexto, contudo, é mister ter presente a abissal diferença entre os dois centros urbanos citados, e as consequentes manifestas vantagens tecnológicas e de especialização médica, que diferenciam marcadamente os dois centros.
                               Em uma decisão que só é inteligível pelo contexto militar do governo Bolsonaro, depois que a Saúde passou à gestão do oficial militar, técnicos do Ministério deixaram de ressaltar o benefício do distanciamento social.  Questionado em primeiro de julho se a aceleração de casos no Brasil tenha relação com a flexibili-zação de quarentenas, o secretário da Vigilância  em Saúde, Arnaldo Correia esquivou-se.  Para o professor Lotufo, da USP, criou-se uma corrente de negacionismo sobre a pandemia no Brasil: "Tenho a impressão de que a coisa no Ministério da Saúde é totalmente no estilo militar (sic). (A) esse tipo de Conselho (Conselho de Operações de Emergência - COE, não dão a mínima importância."
                               
Significado do COE.

Procurado, o Ministério da Saúde declarou que o resultado da reunião do COE foi a publicação de portaria, em 19 de junho de 2020, que estabelece "orientações gerais" para a prevenção, controle e mitigação da Covid-19.
                                       O texto traz recomendações gerais sobre distanciamento social, etiqueta respiratória, higienização de ambientes e uso de equipamentos de proteção individual. Também orienta a elaboração de "plano de ação para a retomada" por todos os setores da economia. Ulterior recomendação é para triagem e monitoramento de pessoas que podem estar doentes. Na citada portaria, o Ministério da Saúde (sob intervenção) recomenda distanciamento social de um metro (sic)  e uso de máscara em locais públicos e de "convívio social".
                                           Ainda nesse contexto, o Ministério da Saúde não informou a relação completa dos participantes da reunião do COE, nem explicou os pontos levantados na ata. No dia da aludida reunião, a agenda do general Pazuello informava de outros compromissos.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )                   

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