Como já assinalei em blog anterior, o Estado de S. Paulo deve ter grande preocupação com as intenções do
Presidente Jair Bolsonaro no que tange a quem vá suceder a Celso de Mello, que
se aposentará compulsoriamente neste fim de ano.
O maior receio do Estadão é que, em vez de
respeitar os requisitos fixados pela Constituição para a escolha, como
reputação ilibada e notável saber jurídico, o Presidente indique alguém que
jamais se destacou na vida jurídica e que, ao vestir a toga, passe a agir no
STF como mero auxiliar para a consecução dos objetivos obscurantistas do Chefe
do Executivo. Pelos nomes já aventados pelo Planalto, o temor procede, pois
nenhum tem notável saber jurídico. Podem até serem ministros de Estado, mas, em
matéria de saber jurídico, são o que Ruy Barbosa chamava de
"nulidades".
Colocada a premissa, o tradicional jornal de S.Paulo delineia a estratégia
política a ser seguida pelo órgão do Congresso encarregado de conduzir e votar
a aprovação do sucessor de Celso de
Mello.: por isso, se quiser de fato defender a democracia, o Senado deve
deixar claro desde já como agirá quando Bolsonaro formalizar a indicação do
sucessor de Celso de Mello. Deve afirmar que seus membros exercerão a
prerrogativa de sabatiná-lo com rigor e que não hesitarão em rejeitá-lo caso
não atenda aos requisitos constitucionais.
Se
assim não procederem - continua o editorial - os senadores não poderão reclamar
mais à frente, quando ficar claro que o nome indicado por Bolsonaro para o Supremo
Tribunal Federal passar a agir como espécie de cavalo de Tróia, valendo-se do
cargo para servir ao seu padrinho como auxiliar na destruição do Estado de
Direito.
É,
decerto, um roteiro que mais do que preocupa, na verdade inquieta, pois essa
argumentação alude a razões que, sem embargo de não serem verbalizadas,
encerram óbvias supostas realidades cuja gravidade leva a esse relevante
veículo de opinião a construir motivos que encerram grandes preocupações, na
verdade pesadas inquietudes com projetos nada republicanos, como referido supra,
a ponto de instrumentalizar o alto cargo para servir a seu padrinho - no caso o
Presidente que o proporia e como sucessor do Ministro Celso de Mello.
Parece história saída da pena de algum jornalista com muita imaginação.
Se, no entanto, corresponder à verdade, é hora de soarem as trombetas, porque a
República, como nós a conhecemos, corre grave perigo.
( Fonte (em parte) ; editorial do Estado sobre O
Senado e o Supremo )
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