quarta-feira, 29 de julho de 2020

Fundos Verdes?


                                            

Dedicado, com muito Amor, à minha  inesquecível esposa,  Ana Bohrer.

       Gestoras de grandes fortunas brasileiras estão ampliando a oferta de fundos voltados à sustentabilidade. Impulsionadas pela maior demanda no mercado global por investimentos em "causas verdes", administradoras de recursos estão migrando suas carteiras de negócios e estruturando novos produtos direcionados pelos critérios, tanto ambiental, quanto social e de governança (ESG, na sigla environmental, social and government).
         Com cerca de R$ 30 bilhões, sob gestão em fundos verdes, o Brasil decerto ainda engatinha, se comparado ao mercado global, que administra quase US$ 1 trilhão em fundos sustentáveis. Mas já se disse que a marca de mil léguas começa com um passo, e, posto que tenhamos no momento talvez o pior Administrador de Meio Ambiente  que imaginar-se possa, tanto a iniciativa popular e privada, quanto as nossas potencialidades, pela própria magnificência e pelo consequente lucro que oferecem desde que explotados de forma correta, inteligente e sobretudo voltada para o futuro, que não é aquele dos desertos da África do Norte, assim como do submundo da governança que visa à falsa riqueza dos largos, áridos espaços sem estória nem esperança, como é o plano dos atuais energúmenos, que quer pelo voto enganoso, quer por propósitos tão burros quanto inconfessáveis, se propõe colher os amargos frutos de uma cobiça tão burra, quanto cega e até desesperada, e, por isso. pensam fazer a hora, posto que, em verdade, malbaratem as conquistas do Passado, pela herança maldita de um futuro que só existe, seja nas cúpidas e burras imaginações, seja nos eternos opor-tunistas de fôlego curto, e que não contribuem para a boa gestão, nem a deixam sequer acontecer...
        Quem sabe faz a hora e por isso não deixa acontecer o que lhe é manifestamente contrário. Um par de imbecis, acolitado por oportunistas de fôlego curto, cujos lôbregos conselhos já foram descobertos pelos raios impiedosos da verdade, ao cabo vieram à luz. Da verdade, são cruéis os raios que expõem os falsos profetas.
           Sob as trevas do então regime militar, cantava a juventude, no compasso da esperança que traz a inabalável certeza - quem sabe faz a hora, não deixa acontecer! Assim, não é nada bom trocar por aquilo que pensam ser o futuro, quando na verdade não passa de passado que, a despeito de vestir-se com roupas novas, nada mais é que fantasia de arribação...
           A voz rouca do passado não é só memória. Os sonhos que ela acalenta, como anelos de liberdade, têm a força dos desejos primevos, e não é nada bom desconhecê-los.


( Fonte: lembranças do passado e do presente, e de quanto as velhas imagens trazem confiança para as empresas do porvir.)

Um comentário:

Maria Dalila Bohrer disse...

Muito pertinente a associação da cegueira dos políticos e dirigentes do nosso país com a poesia de vanguarda de Geraldo Vandré na letra Caminhando ":Quem sabe faz a hora não espera acontecer..."
Tenho certeza que a Ana ficaria muito orgulhosa com teu texto.