A
Ministra da Agricultura, Tereza
Cristina, em declarações ao Estado de S.
Paulo diz que o agro tem crescido em áreas já desmatadas do País e que a
Amazônia, com seu clima e terras diferentes de outras regiões, não seria
atraente para a implantação de tal cultivo, além de não ter infraestrutura
logística.
A
competente ministra, cuja presença no gabinete do Presidente Jair Bolsonaro,
constitui na verdade uma exceção nessa equipe, pela sua qualidade e
eficiência de gestão, se manifesta de uma forma que parece não responder à
pergunta, eis que o desmatamento na Amazônia constitui um sério desafio para o
Brasil e de alguma maneia teria de ser dada uma resposta satisfatória para tal
problema, que não obstante continua a agravar-se.
Tem de haver um basta ao desmatamento da hiléia amazônica, e até o presente as respostas dadas - em que, ao invés, avançam as áreas de desmate -
tem de ser satisfatórias, o que decerto não vem ocorrendo. O Governo Bolsonaro
tem de dar uma resposta bastante ao desafio de desmate, e a impressão que
persiste é a de que o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com as suas
declarações de "passar a boiada" e outras mais, dá claras, insofismáveis mostras de que não está
afinado com os objetivos do mercado internacional quanto ao imperativo da
defesa da Amazônia...
Dada a posição do presidente Bolsonaro - que não é exatamente um
defensor do meio ambiente - e a sua postura que é contrária à defesa da Amazônia,
por mais bizarro que tal possa parecer, transmite nesse campo uma impressão
assaz molesta, com desastrosos efeitos na opinião pública mundial. Não é decerto sustentável perante o mundo
civilizado e a opinião internacional que se possa sequer conviver com esse tipo
abstruso de tese, que está objetivamente na contramão do interesse do Brasil e
da própria Humanidade.
Diante da estranha ineficácia de fazer frente aos desafios, que se
repetem, com a acintosa derrubada da grande floresta, enquanto a área desmatada
cresce como enorme chaga, a ponto de o abate amazônico já atingir à area
equivalente da extensão do Chile. E como se tal não bastasse, a destruição se
alarga, riscando-se grande vazio na área que o barão von Humboldt desbravara no
século XVIII. É o caso de perguntar-se a que servem os sistemas de observação
via satélite e toda a capacidade da tecnologia moderna? Tais providências
tecnológicas tem sido regular-mente
superadas com estranha facilidade, como se as rústicas, criminosas queimadas
fossem bastante para rasgarem enormes chagas na hiléia. Assim, abatida por magotes enquanto
neste campo as picadas e as operações de desmate se vem sucedendo na
destruição da floresta, como foi o caso deste brutal derradeiro desmatamento.
Falharia, então, a operação que visava a
impedir o criminoso desmate, sem embargo de que dela se ocupasse a
referida superior instância.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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