É
difícil definir um anti-ambientalista. Quem não gosta da natureza, quem tem ódio
de grandes florestas, deve ter algum problema psicológico mais sério. Tomemos,
por exemplo, a Amazônia. Ter raiva desse enorme espaço, que tem uma benéfica
ação sobre a atmosfera e, por conseguinte, é uma grande herança para o Brasil
e, como tal deveria ser considerada, se pode até explicar a torpe motivação
daqueles que derribam a floresta virgem. São aqueles criminosos que vêem na hiléia a possibilidade de miríficos
lucros, e não hesitam um só instante se lhe dão a oportunidade de cevar-se com
um patrimônio que não lhes pertence.
Para tratar com criminosos, só mesmo a letra pesada dos códigos penais.
Esta, eles entendem, como os facínoras que olham com vistas cúpidas a presa,
mas não ousam atacá-la se a vêem bem defendida, com feros olhares a
acompanhá-los.
A Folha noticia em primeira
página que empresas sofrem com ação anti-ambiental de Bolsonaro. Em
consequência, "imagem do país deteriora, e executivos já relatam ao
governo queda de aportes".
É uma velha ladainha. Em geral os defensores do meio ambiente costumam
ser gente educada, e tal vem dos próprios princípios. Porque os anti-ambientalistas,
ou são tipos sórdidos, cuja cobiça desmesurada é movida pela destruição da
natureza, e que não computa os areais que vão 'criando', como no norte da
África, ou tem algum desvio psicológico, que lhe faz dar de ombros, enquanto cevam os próprios instintos,
e que se dane o planeta Terra!
Constitui
o cúmulo do cinismo pensar que é
possível nomear como ministro do Meio Ambiente a Ricardo Salles. Pois trata-se
de um anti-ambientalista que não se limita a prejudicar a Amazônia, mas também
tem raiva da Mata Atlântica, a despeito de tudo o que ela possa significar em
termos de preservação de recursos hídricos. Bolsonaro é o padrinho desse pequeno monstro anti-ecológico. Graças ao atual decano do STF, Ministro Celso
de Mello, o Brasil pôde tomar conhecimento da reunião do ministério Bolsonaro,
com a lambuja de escoimar a tipos como Abraham Weintraub (livrar-se dos gatunos no STF?), ou aproveitar a infame
ensancha oportunosa de "passar a boiada", como sugeriu
Salles, que é o anti-ministro do Meio Ambiente
A esse respeito,
semelha de alta relevância que um grupo de 36 grandes empresas se articule
publicamente para manifestar preocupação com a deterioração da imagem do Brasil
no exterior. Tal atitude reflete a pressão sofrida de grandes investidores e
parceiros comerciais estrangeiros sobre a questão ambiental.
Além do inquietante relato de boicote a produtos brasileiros no
exterior, pesam bastante além das cobranças ambientais, os dados sobre
desmatamento e grandes queimadas na Amazônia, que reverberam no exterior.
Dessarte, Marcelo Bacci, diretor da Suzano:
"Sentimos questionamentos tanto de clientes, quanto de investidores".
"Estamos na iminência de perder um acordo com a União Europeia em razão de uma
má política ambiental. É um estrago sem dimensões", declara Pedro
Pessoa, da Natura.
(
Fonte: Folha de S. Paulo )
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