A
crise gerada pela crítica do ministro do STF, Gilmar Mendes, ao Exército sobre
a condução da pandemia pelo Ministério da Saúde aumentou a pressão da cúpula
das FF.AA. para o general Eduardo Pazuello deixar o comando da Pasta.
O
Vice-Presidente Hamilton Mourão pediu retratação de parte de Gilmar, que
reafirmou ter respeito às Forças Armadas.
A crise gerada pela recente crítica do
ministro Gilmar Mendes, do STF, ao Exército, aumentou a pressão da cúpula das
FF.AA. para que o Ministro da Saúde
general Pazuello deixe o comando da
Pasta, ou se transfira para a reserva, como forma de dissociar a imagem dos
fardados do governo Jair Bolsonaro.
Militares ficaram bastante incomodados ao ver respingar em suas fardas
as críticas feitas por Gilmar, eis que no último sábado, dia onze de julho, o
magistrado disse que o Exército, ao ocupar cargos técnicos no Ministério da
Saúde em meio à crise do coronavírus se está associando a um genocídio.
Nesse sentido,o Ministério da Defesa reagiu e encaminhou na terça, dia
catorze de julho, representação à Procuradoria-Geral da República (PGR), contra o ministro do STF.
A PGR vai avaliar a representação e decidir se o caso deve seguir ou se
vai arquivá-lo. Sem embargo, antes de mandar o pedido à Procuradoria, o
Ministério da Defesa divulgou duas notas repudiando a declaração, assinadas
pelo Ministro General Fernando Azevedo e Silva, e os Chefes das três Forças.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, cobrou nesta
terça-feira, dia catorze de julho, um pedido de desculpas de Gilmar. Na
verdade, a nova cobrança feita por Mourão, que na véspera havia dito que Gilmar
tinha errado "o tom" de sua crítica, foi uma resposta à insatisfação dos militares com o ministro, mas também com o próprio vice-presidente.
Mourão teria sido suave demais com Gilmar na opinião dos comandantes
militares, que também não se sentiram atendidos pela nota do ministro do STF
que reiterou as críticas.
Com efeito, a queixa
central dos comandantes militares e do Ministro Azevedo é o uso por Gilmar da
palavra genocídio,que é um crime.
Interlocutores do
ministro do Supremo tentaram convencê-lo a pedir desculpas pelo termo, mas ele
tem dito que não buscou imputar crime a ninguém, muito menos à instituição
Exército.
Integrantes do
Governo e do Judiciário entraram em campo para evitar a escalada da crise para
algo grave, mas o impasse permanece. O presidente do STF,Dias Toffoli, de quem
Fernando Azevedo já foi assessor direto, tem buscado acalmar os ânimos, mas os
militares não aceitam nada além de uma retratação.
(
Fonte: Folha de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário