quarta-feira, 15 de julho de 2020

Pressão sobre Pazuello ?


             
       A crise gerada pela crítica do ministro do STF, Gilmar Mendes, ao Exército sobre a condução da pandemia pelo Ministério da Saúde aumentou a pressão da cúpula das FF.AA. para o general Eduardo Pazuello deixar o comando da Pasta.
           O Vice-Presidente Hamilton Mourão pediu retratação de parte de Gilmar, que reafirmou ter respeito às Forças Armadas.
            A crise gerada pela recente crítica do ministro Gilmar Mendes, do STF, ao Exército, aumentou a pressão da cúpula das FF.AA.  para que o Ministro da Saúde general Pazuello  deixe o comando da Pasta, ou se transfira para a reserva, como forma de dissociar a imagem dos fardados do governo Jair Bolsonaro.
             Militares ficaram bastante incomodados ao ver respingar em suas fardas as críticas feitas por Gilmar, eis que no último sábado, dia onze de julho, o magistrado disse que o Exército, ao ocupar cargos técnicos no Ministério da Saúde em meio à crise do coronavírus se está associando a um genocídio.
               Nesse sentido,o Ministério da Defesa reagiu e encaminhou na terça, dia catorze de julho, representação à Procuradoria-Geral da República  (PGR), contra o ministro do STF.

                A PGR vai avaliar a representação e decidir se o caso deve seguir ou se vai arquivá-lo. Sem embargo, antes de mandar o pedido à Procuradoria, o Ministério da Defesa divulgou duas notas repudiando a declaração, assinadas pelo Ministro General Fernando Azevedo e Silva, e os Chefes das três Forças.
                    O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, cobrou nesta terça-feira, dia catorze de julho, um pedido de desculpas de Gilmar. Na verdade, a nova cobrança feita por Mourão, que na véspera havia dito que Gilmar tinha errado "o tom" de sua crítica, foi uma resposta à insatisfação dos militares com o ministro, mas também com o próprio vice-presidente.
                      Mourão teria sido suave demais com Gilmar na opinião dos comandantes militares, que também não se sentiram atendidos pela nota do ministro do STF que reiterou as críticas.
                       Com efeito, a queixa central dos comandantes militares e do Ministro Azevedo é o uso por Gilmar da palavra genocídio,que é um crime.
                        Interlocutores do ministro do Supremo tentaram convencê-lo a pedir desculpas pelo termo, mas ele tem dito que não buscou imputar crime a ninguém, muito menos à instituição Exército.
                          Integrantes do Governo e do Judiciário entraram em campo para evitar a escalada da crise para algo grave, mas o impasse permanece. O presidente do STF,Dias Toffoli, de quem Fernando Azevedo já foi assessor direto, tem buscado acalmar os ânimos, mas os militares não aceitam nada além de uma retratação.

( Fonte: Folha de S. Paulo )

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