sexta-feira, 24 de julho de 2020

Desembargador que ofendeu guarda-civil pede desculpas



         Cinco dias após ser gravado ofendendo um guarda municipal em Santos, o desembargador Eduardo Siqueira disse, nesta quinta-feira, dia 23 de julho, em nota, que se arrepende de sua atitude.

             No sábado dia dezoito, ele foi multado por andar sem máscara na orla da cidade. Siqueira então chamou o agente de "analfabeto", rasgou a multa e tentou livrar-se  da punição ligando para o Secretário de Segurança Pública da cidade. A abordagem foi filmada e as imagens viralizaram.

              Realmente, no último sábado me exaltei, desmedidamente com o guarda-civil Cícero Hilário, razão pela qual venho a público pedir desculpas", agora diz o magistrado.
               O uso de máscara é obrigatório durante a pandemia na cidade,graças a um decreto de abril de 2020. Quem descumpre a medida pode ser multado em R$ 100.
  
              Na filmagem em tela, o desembargador diz que "decreto não é lei" e que não usa máscara. Ele discute com o guarda e diz estar ligando para o secretário de Segurança Pública de Santos, Sérgio Del Bel Júnior. No fim, rasga a multa,  a joga no chão e vai embora.
                   "Minha atitude teve como pano de fundo uma profunda indignação com a série de confusões normativas que têm surgido durante a pandemia - como a edição de decretos municipais que contrariam a legislação federal - e às inúmeras abordagens ilegais e agressivas que recebi antes, que sem dúvida exaltam os ânimos", acrescentou em nota.
                     O desembargador Eduardo Siqueira afirma, porém, que nada justifica os excessos ocorridos e que está arrependido. "O guarda municipal Cícero Hilário só estava cumprindo ordens e, na abordagem, atuou de maneira irrepreensível", declara o desembargador.

                      O caso está sub judice, sendo apurado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Para o Ministro Humberto Martins, corregedor da instituição, Siqueira pode ter violado a Lei Orgânica e o Código de Ética da Magistratura.


( Fonte: Folha de S. Paulo )

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