O ministro do Supremo, Gilmar Mendes, disse a onze de julho
corrente que o Exército se está associando a um "genocídio", ao se
referir à crise do novo coronavírus,
agravada pela falta de um titular no Ministério da Saúde.
O Brasil está há 58 dias sem um
ministro para essa Pasta. É a primeira vez desde 1953 que o ministério fica
todo esse tempo sem um titular. O general Eduardo
Pazuello assumiu interinamente a pasta, após o ministro Nelson Teich
pedir demissão em quinze de maio.
"Não podemos mais tolerar essa
situação que se passa no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse
vazio. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo
federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a
intenção é preciso fazer alguma coisa", afirmou Gilmar, em videoconferência realizada pela revista Isto É.
"Isso é péssimo para a
imagem das Forças Armadas. É preciso dizer de maneira muito clara: o Exército
se está associando a esse genocídio. É preciso pôr fim a isso",
prosseguiu.
Na última
terça-feira, o presidente Bolsonaro disse que Pazuello não ficará no
cargo, mas não sinalizou que procure outro ministro. Pazuello é apontado por colegas de governo e
secretários de saúde como mais influente e poderoso que Teich. Desde que assumiu
o comando do ministério tomou decisões que escancararam a mudança de
posicionamento do governo federal. O
órgão chegou mesmo a publicar orientações para o uso da cloroquina desde os
primeiros sintomas do novo coronavírus em
20 de maio, mesmo sem a droga apresentar eficácia e deixou de defender o
distanciamento social.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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