A epidemia do
coronavirus bateu novo recorde neste fim de semana no Brasil. É sinal de que
ainda está longe do fim, estacionando em platô demasiado alto, que desde o
início do mês se mantém acima das mil mortes diárias. No sábado, a média móvel
indicou 1.097 óbitos por dia, ao longo de uma semana. Onze estados ainda
testemunham incremento no número diário de óbitos por Covid-19, em cenário
atribuído pelos cientistas ao afrouxamento excessivo e à desobediência às regras
de isolamento social e à falta de
coordenação pelo Governo Federal.
Na prática, o Ministério da Saúde
está sem titular desde meados de maio. Na verdade, desde a saída de
Mandetta, induzida pelo Presidente Bolsonaro, a situação está, na prática, fora
de controle. Com o curto e fraco intervalo da administração Teich (que sucedera
à Mandetta, dispensado pelo Presidente por motivos até hoje não esclarecidos, e
que teriam mais a ver com a popularidade da própria gestão Mandetta).
Afirma-se que a Saúde está, na
prática, sem titular, porque o atual ministro, o general Pazuello, a par de ser
militar, não tem experiência médica. Assim, desde meados de maio a média móvel
diária de óbitos aumentou 52%. A falta
de liderança - e, por conseguinte, de coordenação, a situação clínica tende a
agravar-se pela ausência de diálogo, sobretudo no Rio de Janeiro, igualmente
entre as prefeituras e o governo estadual. A falta da presença federal se
reflete nessa descoordenação, que se reflete negativamente na população civil.
Há um outro problema paralelo -
que é acentuado pela falta de uma proteção especial à nossa comunidade
indígena, que estaria sofrendo perdas
proporcionalmente maiores, por uma postura da Administração Bolsonaro, que até
o presente não se tem caracterizado ´por uma política que privilegie as
comunidades indígenas, culturalmente com defesas menores contra as várias
ameaças que infestam às suas reservas, como a invasão de garimpeiros, que de
modo algum, em condições republicanas, deveria ser tolerada pelo Governo
Federal. Infelizmente, não é o que se vem observando, e a condição indígena
grita por proteções federais mais presentes e eficazes, o que não tem sido
infelizmente o caso, conforme os registros das comunidades indígenas ameaçadas.
( Fontes: O Globo e
Folha de S. Paulo )
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