O
governo israelense prometeu iniciar
nesta 4a.feira, dia primeiro de julho, plano de anexação de áreas da
Cisjordânia. Contudo, diante da forte pressão contrária internacional, os
planos foi adiados.
Membros do gabinete de Netanyahu declararam que as propostas ainda estão
sendo debatidas, o que não passou de cortina de fumaça, diante da forte reação
internacional.
Mapas que circularam em janeiro indicam a intenção de Israel de abocanhar
cerca de 30% da Cisjordânia. Por outro lado, líderes israelenses decidiram em
maio aumentar o controle sobre áreas com assentamentos judeus no vale do rio
Jordão - também considerada pelos palestinos como parte do respectivo
território.
Autoridades palestinas,as Nações Unidas,
e países europeus e árabes criticaram a decisão israelense e reafirmaram que
vêem como ilegais os assentamentos
erguidos em territórios conquistados na guerra de 1967.
A esse propósito, o premier britânico, Boris Johnson, pediu que qualquer
plano de anexação seja descartado. Por sua vez, o ministro de Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le
Drian declarou que "uma decisão por anexações não será deixada sem
consequências" e também que a França estuda opções de resposta em
coordenação com Aliados.
Diante da reação, Israel cita ligações religiosas, históricas e
políticas com os território que ambiciona ocupar...Grosso modo, as partes da
Cisjordânia a serem porventura anexadas representariam algo como 50% da chamada
Area C, que engloba pouco mais de 65% da região que Israel controla desde 1967 e aonde vivem 400 mil colonos
israelenses e 150 mil palestinos.
Não seriam anexadas as
Áreas A e B, controladas pela Autoridade Nacional Palestina, e onde se encontra
a maioria dos palestinos da região.
Para Netanyahu, a
anexação seria importante para traçar as fronteiras finais do país - incertas
após 72 anos da criação do Estado de Israel.
O premier tem feito da anexação de territórios
uma bandeira de seu quinto mandato, iniciado em maio. Críticos dizem que é uma
estratégia para desviar o foco dos processos de corrupção em que Bibi é réu.
Nesta quarta-feira, cerca de três mil palestinos
protestaram na Faixa de Gaza em um ato que uniu os grupos rivais Fatah e Hamas
contra a anexação. Há o temor de que a anexação leve a uma nova Intifada, levante
palestino com horizonte de graves consequências geopolíticas e de segurança.
Na
sexta-feira, dia 26, um dia depois de o
Hamas afirmar que a anexação seria uma "declaração de guerra", dois
foguetes foram disparados da Faixa de Gaza em direção a Israel. Em resposta,
jatos israelenses atingiram duas instalações militares.
(
Fonte: Folha de S. Paulo )
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