quinta-feira, 5 de julho de 2018

Trump considerou invadir a Venezuela


                         

         O republicano Donald Trump levantou em reunião confidencial a possibilidade dos Estados Unidos invadirem a Venezuela para derrubar o regime de Nicolás Maduro. Participavam, no Salão Oval, o então Secretário de Estado, Rex Tillerson e o Conselheiro de Segurança Nacional, H.R. McMaster.
         O raciocínio de Trump se baseava em duas outras operações americanas contra o Panamá, em que prenderam Noriega, e Granada, realizadas pelo governo  Bush (pai). Nessa ocasião (agosto de 2017) os especialistas envidaram esforços para dissuadir Trump, fundados sobretudo no argumento que a empreitada ameaçaria o apoio recebido dos países latino-americanos.
          No dia seguinte, mostrando-se cético quanto aos argumentos para preservar o apoio dos governos latino-americanos, alarmou o círculo mais próximo, com ditos sobre a 'opção militar' para tirar Maduro do poder. Levantou, inclusive, a questão com o presidente colombiano Juan Manuel Santos.
           Então em setembro, às vésperas da Assembléia Geral das Nações Unidas, Trump retomou o assunto, desta feita em maior profundidade. Tal ocorreu em jantar com líderes de quatro países latino-americanos aliados, inclusive o colombiano Santos.
             Como é seu hábito, Trump costuma não levar em consideração  observações para evitar um tema delicado. Nesse contexto, encetou a sua menção à questão com o comentário de que "minha equipe me alertou a não falar sobre isso". A seguir, perguntou a cada líder latino-americano se tinha certeza de que não queria uma solução militar. Todos em unissono responderam que tinham certeza.
             A preocupação de Trump sobre o assunto mostra que o presidente deu muita atenção à crise na Venezuela,  o que o diferencia de seu antecessor, Barack Obama.
              Há reações contrastantes a esse interesse manifestado por Trump. Nesse contexto, fonte do Conselho de Segurança Nacional reiterou que os Estados Unidos considerarão todas as opções à disposição, para ajudar na restauração da democracia na Venezuela e o seu retorno à estabilidade política e econômica.
               Nesse quadro, sob a liderança de Donald Trump, não só os Estados Unidos, mas também o Canadá e a União Europeia impuseram sanções a dezenas de funcionários do alto escalão chavista, inclusive ao próprio Maduro, por acusações de corrupção, tráfico de drogas, e abusos em relação a direitos humanos.
                Ainda nesse quadro, os Estados Unidos distribuíram mais de US$ 30 milhões para ajudar os países vizinhos da Venezuela a absorverem um fluxo de mais de um milhão de nacionais que abandonaram o país.
                 Como se sabe, o Brasil é o segundo país latino-americano em termos de refugiados da Venezuela. Não há indicação se houve ajuda americana para a substancial migração de naturais venezuelanos para o Brasil (Roraima). O maior número se dirige para a Colômbia, dada a cercania desse país nesta geografia do infortúnio da Venezuela sob a ditadura de Nicolas Maduro.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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