O republicano Donald Trump levantou em reunião confidencial a possibilidade dos
Estados Unidos invadirem a Venezuela para derrubar o regime de Nicolás
Maduro. Participavam, no Salão Oval, o então Secretário de Estado, Rex
Tillerson e o Conselheiro de Segurança Nacional, H.R. McMaster.
O raciocínio de Trump se baseava em
duas outras operações americanas contra o Panamá, em que prenderam Noriega, e
Granada, realizadas pelo governo Bush (pai).
Nessa ocasião (agosto de 2017) os especialistas envidaram esforços para dissuadir Trump,
fundados sobretudo no argumento que a empreitada ameaçaria o apoio recebido dos
países latino-americanos.
No dia seguinte, mostrando-se cético
quanto aos argumentos para preservar o
apoio dos governos latino-americanos, alarmou o círculo mais próximo, com ditos
sobre a 'opção militar' para tirar Maduro do poder. Levantou, inclusive, a
questão com o presidente colombiano Juan Manuel Santos.
Então em setembro, às vésperas da
Assembléia Geral das Nações Unidas, Trump retomou o assunto, desta feita em
maior profundidade. Tal ocorreu em jantar com líderes de quatro países
latino-americanos aliados, inclusive o colombiano Santos.
Como é seu hábito, Trump costuma
não levar em consideração observações
para evitar um tema delicado. Nesse contexto, encetou a sua menção à questão
com o comentário de que "minha equipe me alertou a não falar sobre
isso". A seguir, perguntou a cada líder latino-americano se tinha certeza
de que não queria uma solução militar. Todos em unissono responderam que tinham
certeza.
A preocupação de Trump sobre o
assunto mostra que o presidente deu muita atenção à crise na Venezuela, o que o diferencia de seu antecessor, Barack
Obama.
Há reações contrastantes a esse
interesse manifestado por Trump. Nesse contexto, fonte do Conselho de Segurança
Nacional reiterou que os Estados Unidos considerarão todas as opções à
disposição, para ajudar na restauração da democracia na Venezuela e o seu
retorno à estabilidade política e econômica.
Nesse quadro, sob a liderança de
Donald Trump, não só os Estados Unidos, mas também o Canadá e a União Europeia
impuseram sanções a dezenas de funcionários do alto escalão chavista, inclusive
ao próprio Maduro, por acusações de corrupção, tráfico de drogas, e abusos em relação
a direitos humanos.
Ainda nesse quadro, os Estados
Unidos distribuíram mais de US$ 30 milhões para ajudar os países vizinhos da
Venezuela a absorverem um fluxo de mais de um milhão de nacionais que
abandonaram o país.
Como se sabe, o Brasil é o
segundo país latino-americano em termos de refugiados da Venezuela. Não há
indicação se houve ajuda americana para a substancial migração de naturais
venezuelanos para o Brasil (Roraima). O maior número se dirige para a Colômbia,
dada a cercania desse país nesta geografia do infortúnio da Venezuela sob
a ditadura de Nicolas Maduro.
( Fonte: O Estado de S. Paulo )
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