sábado, 28 de julho de 2018

O inglório fim da tolerância zero na Imigração


                         

          Apesar de seu jeito fanfarrão, a chamada "tolerância zero" que a Administração Trump tentara aplicar para os imigrantes ilegais - prevendo de início a brutal separação de filhos e pais - começou a desmoronar com a reação do povo americano que surpreendeu Trump e o Secretário de Justiça Jeff Sessions.

           Essa violenta e inumana medida teve de submeter-se à sentença do juiz federal Dana Sabraw, de San Diego (Calif.), que determinou prazo de um mês para que os filhos fossem reunidos aos pais. Vigente desde abril - o que mostra a que ponto de desumanidade a demagogia da chamada 'tolerância zero',  levara o governo republicano de Trump.

            Como um castelo de cartas desmoronou a jogada que o presidente americano julgara fosse popular, e capaz de render-lhe votos para os republicanos na próxima eleição intermediária. Mas o tiro saíu pela culatra, forçado que foi ele a recuar, de modo a tornar menos inumana a demagógica medida, diante da opinião pública mundial e mesmo americana, que não imaginavam fossem capazes Trump e Sessions de serem tão insensíveis a ponto de julgar possível recorrer a medida de tal repugnância na brutalidade de seus traços impositivos e violentos.

             De qualquer forma, a política da separação forçada de filhos e pais se caracteriza pela crueldade - diante do trauma de um afastamento entre mãe e filho -, além de poder trazer igualmente reações sobremodo negativas para a criança, por uma série de circunstâncias nos asilos que me pareceria desnecessário explicitar. Dentre os inúmeros aspectos negativos dessa política mesquinha, condenada em todo o mundo, há um positivo: pôr a nu a falta de sensibilidade das instâncias republicanas - leia-se Trump e Jeff Sessions - capazes de conjuminar politica tão cruel e estúpida quanto a da denominada tolerância zero para separar tenras crianças dos próprios genitores...


( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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