Galvão
Bueno é um pouco o símbolo do Brasil futebolístico. Profissional do otimismo,
canta sempre conforme a música da CBD.
E nós, da geração do Penta, pensamos
sempre que, desta vez a gente vai. Por isso, com todos os seus defeitos, temos
de engolir esse locutor da Rede Globo, que teimamos em acreditar que ele seja a
voz da confiança e da volta aos áureos tempos.
Mas e o Sete a Um, das
Alterosas? Terá sido apenas um raio em céu sem nuvens, terrivel fenômeno, mas
que, como Júpiter caprichoso, nos castigaria só uma vez, no estádio novinho
em folha de Belzonte, com a despedida do Buda Felipão, e estaria de nosso lado
de novo, e como sempre?
A desculpa Neymar não estava então,
derribado por um beque colombiano, fulano desleal. E assim, como o time estivesse desfalcado, a razão - como a regra para aquele
outro que é sempre clara - lá estava, prontinha para dar-nos a total confiança
no próximo desafio.
Mas, de uns anos para cá, a terra
não tem sido tão fértil quanto ousamos pensar. O nosso scratch das câmisas de ouro não tem mais no ataque Pelé e
Garrincha!
Pobre Pelé! Sofrendo por todas as
botinadas que os seus mais de mil goals arrancaram de todos os beques e
laterais covardes - e que não lhe chegavam aos pés (sem trocadilho, por favor) -
com a quota dos pontapés e botinaços da infinda chusma de desleais adversários. E perdôo, magnânimo que sou, que o milésimo
goal tenha sido feito contra o Vasco no Maracanã e, ainda por cima, à noite, e
de pênalti!
Que perdoe o Neymar dos rodopios e
das caretas de dor, mas não é por aí que há de se igualar ao inigualável. Pelé - talvez mais do que Garrincha - é o
símbolo de uma perfeição que minha gente, O
Vento Levou! Por isso, aquele comercial do Pelé, como que apadrinhando o
Gabriel de Jesus, da propaganda, vocês
pecaram outra vez pelo excesso do otimismo!
Os nossos grandes ídolos - Pelé e Garrincha!
- não foram fabricados pela mídia, mas pelo próprio gênio. Quem os igualará no
futuro? Tomara que apareçam, mas ainda só apontaram na tela de propagandas
imprudentes e mentirosas.
Falamos de Pelé e de Garrincha. Este já se foi, mas Pelé
ainda sofre pelos botinaços covardes que sofreu dos medíocres brucutus do
futebol, que só sabiam homenageá-lo com pontapés pelas costas! Por isso, aquele
comercial com o Gabriel de Jesus pecou por esses corifeus do otimismo
profissional, porque ídolos e gênios não surgem pela vontade da publi-cidade.
Por isso, pega mal e muito, tentar apresentar uma tímida promessa como candidato
a sucessor ao gênio imortal do futebol!
Eu, um guri ainda, que chorei com o gol traiçoeiro de Gigia no Maracanã
novinho, cheio como nunca mais estaria, que o bom Barbosa resolveu aceitar,
ainda que no finzinho de partida que nós pensávamos merecer que acabasse um a
um, com o festaço do caneco que afinal voltaria ao Brasil, para sumir nas mãos
de algum anônimo ladrão!
Pois é, o juiz apitou, o jogo acabou, e
a volta vai ser antes do tempo, e não de acordo com a programação da turma da
Globo e do paradigmático Galvão Bueno.
Precisamos de profissionais do
otimismo? Eu que já vi muitas coisas,
inclusive Ademir no Maracanã (nem acabado estava!) acho que não. Nós
que viramos os maiores exportadores de craques para tantos times europeus -
agora parece que eles preferem a turma de um outro Continente - continuemos a
jogar com a modéstia com que levamos o primeiro, aquele da Suécia, no tempo de
JK.
Se lograrmos conseguir controlar a
mídia e sua ânsia de endeusamento dos jogadores vamos confiar no nosso velho
jeito para jogar esse esporte bretão.
Sem oba-oba, por favor, que para nada serve. E não se esqueçam que é
sempre bom estudar bem os adversários. Esses belgas, por exemplo, que correm
muito, quase perderam do Japão, que a folhas tantas fez 2x1 em cima deles! É
verdade que a turma da Bélgica virou o jogo...
E nós, porque não viramos? A
culpa, no caso, é nossa e não deles, que correm muito...
(
Fontes: Rede Globo e Galvão Bueno! )
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