Tudo indica que Imran Khan vencerá as
eleições no Paquistão. Voltou da
Inglaterra à sua pátria com um objetivo bem determinado. Como se refere, Imran é mais do que uma
celebridade na sua pátria natal - ele é um mito.
Considerado um dos oito melhores
jogadores de cricket da história, multimilionário, retornou à sua pátria depois
de vencer todos os torneios e ser um bon
vivant por 20 anos na Inglaterra. A
sua caminhada política se estende aos últimos 22 anos.
Apesar da resistência adversária -
acirrada em especial pela sua condição de homo
novus na política - Imran Khan reivindica a vitória de seu partido nas
eleições legislativas, mas o resultado tarda a ser confirmado pela Justiça
Eleitoral e os adversários. Como seria
de esperar, a contagem de votos segue com grande atraso. Encerrada a
votação, havia sido apurada apenas menos
da metade dos votos.
O partido governista, Liga
muçulmana do Paquistão (PMLN) rejeitou os resultados das urnas e afirmou que a votação fora "manipulada".
Não obstante, milhares foram às ruas comemorar.
Imran Khan transformou-se em mito
a partir de 1992, quando ele liderou a seleção paquistani de cricket ao único título de campeã mundial
de sua história, em triunfo incontestável
sobre a ex-metrópole.
Nascido em 25 de novembro de
1952, Imran Ahmad Khan Niazi é um pashtun de Lahore, no Punjab. Sua família fazia parte da elite educada e
altamente anglicizada. Com vinte anos,
foi estudar na Inglaterra e jogou pela equipe de Universidade de Oxford até se
formar, com honras, em filosofia, política e economia, em 1975. Transcorreu os seguintes dezessete anos
jogando e residindo na Inglaterra.
Tornou-se celebridade. Acostumado à vida boêmia, frequentava os clubes
noturnos de Londres, sempre na companhia de belas mulheres e de outras
celebridades. Em 1995 casou-se com
Jemina Marcelle Goldsmith, filha de um financista multimilionário e de uma lady britânica.
No ano seguinte, Khan retornou
ao Paquistão e fundou o próprio partido, o Movimento para a Justiça (PTI). Seu
objetivo era travar guerra contra a corrupção, que é endêmica no Paquistão, e
instituir um Estado social muçulmano.
Em
sua autobiografia, Pakistan: a Personal History, Khan fala muito de
religião, ligando a crise de valores à decadência do Paquistão. Aos críticos
que o chamam de hipócrita, Khan responde que fez um regresso à terra pobre onde
nasceu.
Muitos não duvidam de suas intenções, mas desconfiam de seus métodos. As
doses de populismo, a religiosidade exacerbada e o conservadorismo latente não
seriam sinais de pendores republicanos. A esses detratores, a resposta de Khan
será sempre a mesma: "Sou acusado pelos liberais de ser um extremista. E
sou acusado pelos extremistas de ser marionete dos americanos. Deve ser um bom
sinal."
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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