Vejo
os juízos hoje formulados pela imprensa nacional como decorrência da chamada lista
da Copa, em que Neymar não foi incluído.
Ao contrário de Pelé, em que
a sua afirmação nas Copas foi
fundamental para que superasse ao grande rival Maradona, e atingisse a condição de maior craque de todos os
tempos, as duas últimas Copas foram assaz negativas para o nosso atual maior
jogador.
A
Copa de 2014, a alegadamente do Brasil, se tornaria objeto de vergonha e até de humilha-ção,
com a infame goleada dos 7 x
1, no estádio de Belo Horizonte.
Neymar seria brutalmente afastado da competição, por falta
desleal, que um árbitro estranho sequer consideraria, a despeito de que constituísse
um típico foul de expulsão, a ser
aplicado por qualquer juiz que tivesse vergonha na cara, diante da criminosa
botinada que um zagueiro colombiano covardemente lhe aplicou pelas costas. Que
estivesse em uma categoria à parte, basta passar o filme desse virtual atentado
para que se veja a covarde boçalidade do beque colombiano, que o aplica sem mover músculo de uma face
criminosa e no cúmulo da deslealdade. A criminosa e, sem dúvida, parcial
arbitragem, nem um mísero cartão amarelo levantaria, como se se pudesse tolerar em campo de football association tal tentativa de
aleijar o adversário.
Meses antes da Copa da Rússia, Neymar sofreria outro foul
que lhe fraturaria o calcanhar, a ponto de afastá-lo por um bom tempo dos
certamens europeus. Felizmente, nesse
caso, houve tempo para a recuperação física, muscular e mesmo futebolística
desse craque, embora tal incidente terá colaborado para marcar-lhe com uma
perseguição ao craque própria dos zagueiros e demais jogadores de defesa, que
para cortar o seu rush não resistiam
a valer-se da falta anti-esportiva, i.e.,
o recurso do pontapé na área sensível do tornozelo do craque.
Como se tal não bastasse, ocorreu nessa prática anti-esportiva que Neymar
tenha tentado em algumas oportunidades simular um foul no próprio tornozelo.
Além disso, ele começou a ser incriminado de simulação de falta. Nesse caso específico, Neymar teria
recorrido em algumas oportunidades, a esse suposto jeitinho, de fazer um movimento giratório com o corpo, que
alegadamente refletiria a dor física que ele estivesse experimentando pela
botinada sofrida.
As faltas desse gênero que visavam notadamente a seus calcanhares se
repetiram várias vezes. Quiçá em alguma oportunidade, o próprio Neymar haja
contribuído para a teatralidade dessa reação corporal, que alegadamente
refletiria a dor sofrida pelo nosso
ponta esquerda.
Dessarte, quem padecia os botinaços de beques sem maiores recursos
atléticos e esportivos , começou a sofrê-los com maior frequência e se as
faltas, por vezes, existissem, terá havido ocasião em que Neymar haja simulado
um foul inexistente.
Dada a velocidade de Neymar e sua capacidade de driblar os adversários,
a par de superá-los pela rapidez, em um
cenário de respeito ao jogo - e não de recurso sistemático a faltas desleais -
não é difícil supor que Neymar possa perfeitamente
dispensar a simulação, dada a sua velocidade e controle de bola.
Quero crer, portanto,
que Neymar continua o craque que sempre foi, e se por algumas vezes, diante dos
fouls adversários terá recorrido a
eventuais simulações, não creio que o seu futebol haja decaído, a ponto
de que vá desdenhar a própria intrínseca capacidade no controle de bola.
Tenhamos presente, no entanto, que a seleção brasileira deste ano não é
exatamente similar àquelas dos grandes anos do passado. Por isso, a solidão de
Neymar tende a aumentar. Há bons jogadores como Coutinho, v.g., mas a sua qualidade não se pode comparar nem
com a de 1950 (uma falha de Barbosa, não pode apagar as qualidades de Jair,
Tesourinha, Danilo, Ademir ). Sem chegar a exageros, porque o valor médio dos outros atacantes
supera o de outros seleções (como, v.g., a portuguesa em relação a Cristiano
Ronaldo), será sempre melhor contar com Neymar como o principal puxador de gols
em nossos scratches. É claro que nada
disso vale para quem tem Pelé e Garrincha, sem esquecer Tostão y otras
cositas más... Cabe, portanto, não
esquecer que temos de valorizar o grande craque - e, no momento presente, não
vejo outro senão Neymar.
Neymar é um grande jogador e, baixarias à parte, ele voltará - como se afirmava de outro grande valor, só que fora
do campo esportivo... - mas importa que, ao invés de vitimizá-lo, o que se
carece é valorizá-lo, tirando-lhe uma que outra ocasional verruga.
Há outro assunto, no entanto, que carece de ser também estudado com
cuidado.
A CBD apressou-se um pouco demais em confirmar a Tite, como técnico da
Seleção. A CBD no passado teimara
demasiado em escolher Dunga, como se a sua mediocridade fosse garantia de alguma coisa.
Faltou à Seleção - e máxime no jogo decisivo contra a Bélgica - que ela
fosse presa fácil das correrias dos belgas. Falou-se demais da qualidade da seleção belga, o que me surpreende. A par das correrias, creio relevante ter-se presente que a Bélgica
não é o bicho-papão que se quis propalar.
Parece até que esqueceram que a fraca equipe japonesa marcou sobre ela
uma vantagem de dois gols. Não me
esqueci decerto que os belgas superariam tal desvantagem, mas isto não seria
tão fácil se os nipônicos não fosse tão verdes no esporte bretão...
(
Fonte: Rede Globo;
O Globo )
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