Impera a barbárie na terra de Daniel Ortega. Uma vez
mais, o Ditador sandinista manda reprimir à bala os protestos dos estudantes, e
desta feita, na sua própria capital, Manágua.
Assim, mais dois estudantes foram
abatidos com tiros na cabeça. Como bestas enfurecidas, as forças da polícia do
ditador lançaram-se no sacro espaço da Igreja da Divina Misericórdia, e como
animais, a quem falta voz e discernimento, pelo insano capricho do amo, irrompem no sacro espaço dedicado à oração
para abater os pobres, mas idealistas, estudantes! Esses, jovens que são, terão pensado que a
Igreja da Divina Misericórdia lhes traria ajuda bastante para trazer um pouco
de humano sentimento e, mesmo, de inteligência, ao próprio ensandecido algoz.
E o Ditador, entorpecido por brutalidade
que ignora qualquer sentimento ou controle que do bom-senso acaso se acerque, esse
pobre de espírito, tangido por bestial, estúpida indignação, e vendo o
dissenso democrático como se fora sinal de afronta, se despoja de qualquer
noção de medida e se lança enfurecido contra quem ouse contestá-lo, a ponto de o
Insano mandar que a polícia atire na
cabeça dos demonstrantes. Sequer tem o ditador presente quão fundo está indo ao
ordenar que os seus cães de guarda adentrem espaços consagrados, e despejar
contra gente indefesa, que intenta fugir pensando que o abrigo dos lugares
santos poderá arrefecer-lhe a maldade, a ele que alveja nas jovens cabeças, que
pelo ideal da Liberdade e da Democracia ousam afrontar-lhe as armas ! Pobres estudantes a que o idealismo confunde
por vezes, levando-os a crer que possam lobrigar clemência em um monstro que o poder entorpece. O Ditador, em verdade, como que, mais do que embrutecido, eis que cai
em estado demencial, tangido pela própria cruenta, ensandecida violência,
arremete como se fora animal, que avance
como que tomado pela própria insânia, que a solidão dos palácios aos
tiranos insufla, àquela tosca suspicácia
que fustiga tolamente a ideia da
liberdade, nas inermes figuras de estudantes que pedem ao Deus da compaixão e
do entendimento que intervenha para deter a ira ensandecida do Ditador.
Sob o paroxismo da maldade cega que dele se
apodera com desenfreada força, Ortega se compraz em fustigar aos próprios
guardas, para que superem as bestas ferozes que, no passado, estraçalhavam infelizes nos coliseus da tirania, pela simples razão que na respectiva
brutalidade já desconhece o Ditador quaisquer peias ou limites, como besta enlouquecida
pelo sangue das vítimas, contra elas
acometendo como se a sede insana o jogue contra esses infelizes a que condena à
morte, e deles se torne - e para sempre
- presa da própria estúpida selvageria.
Ao descer tão baixo, ao abater na própria
sede de poder absoluto todos aqueles que ousem afrontar-lhe a insânia, o ditador Daniel
Ortega já escreve o libelo que o incrimina e com o sangue sofrido das vítimas
inocentes a respectiva unânime condenação que lhe será aplicada pelo juízo dos
povos civilizados.
(Fonte:
O Estado de S. Paulo )
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